A biotecnologia tem sido uma grande protagonista da transformação no agronegócio. Unindo ciência de ponta com inovação, ela promove avanços que impactam tanto a agricultura quanto o meio ambiente. Em 2025, espera-se que as tendências nesse setor continuem a moldar um futuro mais sustentável para a produção de alimentos, beneficiando os produtores e o planeta.
O Brasil, com seu vasto território agrícola e biodiversidade, é um dos maiores potenciais globais em biotecnologia agrícola. O país não só é um grande produtor de grãos, mas também se destaca em produção científica na área de ciências vegetais, além de contar com um mercado de venture capital amadurecido, o que torna o ambiente ideal para o crescimento das agtechs – startups focadas em biotecnologia para o agronegócio.
Entre as inovações que se destacam e devem ganhar força em 2025, destaco três tendências principais: biofertilizantes e biopesticidas, agricultura regenerativa com foco em microbiomas e a disrupção na produção de alimentos sustentáveis.
Biofertilizantes e biopesticidas
A crescente aprovação de leis, como a Lei de Bioinsumos, está reforçando o compromisso do Brasil com alternativas mais sustentáveis aos insumos químicos convencionais. Biofertilizantes e biopesticidas, que utilizam RNA, microrganismos e proteínas específicas, devem impactar positivamente a agricultura, contribuindo para a redução de danos ambientais e atendendo à demanda por alimentos mais sustentáveis. O mercado de bioinsumos no Brasil tem se expandido rapidamente, com um aumento de 15% nas vendas em 2023/24, movimentando cerca de R$ 5 bilhões.
Empresas como a Symbiomics, fundada em 2021, já utilizam Inteligência Artificial para desenvolver soluções biológicas avançadas que tornam as plantações mais eficientes, resilientes e sustentáveis. Essas inovações visam otimizar a aquisição de nutrientes pelas plantas e melhorar sua resistência ao clima e às pragas, tornando o sistema agrícola mais alinhado com as necessidades ambientais.
Agricultura regenerativa e microbiomas do solo
Outro avanço importante é a aplicação de tecnologias baseadas nos microbiomas do solo, que estão transformando o manejo agrícola. Esses microrganismos, responsáveis por processos vitais como a fixação de nitrogênio e o controle biológico de pragas, são essenciais para a agricultura regenerativa, que busca restaurar a saúde do solo e aumentar a resistência das plantas.
Empresas, ao estudar e manipular esses microbiomas, têm contribuído para a melhoria da produtividade agrícola e a redução de custos. Essa abordagem não só aumenta a resiliência das plantações frente às mudanças climáticas, mas também cria uma agricultura mais eficiente, sustentável e menos dependente de insumos externos.
Disrupção para a produção sustentável de alimentos
O controle de doenças e pragas, principalmente nas culturas de milho, soja, trigo e arroz, que representam 80% da energia consumida pela população mundial, é um dos maiores desafios para a produção de alimentos. O uso de pesticidas químicos, apesar de eficaz, é cada vez mais questionado devido aos impactos ambientais e à resistência das pragas. Nesse contexto, a biotecnologia tem se mostrado essencial, com o desenvolvimento de plantas transgênicas resistentes a pragas e doenças.
As mudanças climáticas só tendem a intensificar esse problema, tornando urgente o desenvolvimento de tecnologias capazes de garantir a segurança alimentar global. A edição genômica é uma dessas inovações disruptivas. A InEdita Bio, por exemplo, utiliza bioinformática, IA e machine learning para criar plantas mais resistentes e eficientes no uso de nutrientes e água. Essa tecnologia pode ser aplicada em qualquer cultura agrícola, ajudando a tornar a produção mais sustentável e eficiente.
O futuro da biotecnologia no agronegócio
Em 2025, o agronegócio brasileiro estará cada vez mais integrado com as inovações da biotecnologia, consolidando seu papel como líder global na produção de alimentos sustentáveis. As startups de biotecnologia, são exemplos de como a ciência pode transformar o campo, não só aumentando a produtividade, mas também promovendo práticas agrícolas que respeitam e preservam o meio ambiente. Com esses avanços, o futuro do agronegócio parece promissor, rumo a uma produção mais eficiente, sustentável e alinhada com às demandas do mercado externo quanto à legislação ambiental.