Pesquisadores da Embrapa na unidade de Naviraí (MS) constataram, em experiência realizada com a Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul), que as pastagens plantadas no sistema Integrados Lavoura, Pastagens e Florestas (ILPF) sofreram muito menos com a geada de julho.
A Embrapa afirma que nas geadas ocorridas em 2021, quando a temperatura chegou a atingir valores negativos, com mínima de -1,2 °C, a pastagem nova, com três meses em área de ILPF, ainda permaneceu com 40% a 50% de massa verde. As áreas com pasto velho, de dois anos ou mais, foram muito mais afetadas, mantendo, no máximo, 10% de massa verde.
A Empresa discute estratégias para evitar o impacto das geadas nas pastagens. Uma das possibilidades é ter áreas cultivadas com pastagem nova, o que é viável no sistema de integração lavoura-pecuária (ILP). Após a safra de soja, implanta-se a braquiária em sequência. Desta forma, sempre se tem área com pasto novo durante o outono-inverno e esse tem maior capacidade de tolerar o frio se comparado aos pastos velhos.
A inserção do componente florestal no sistema de produção minimiza também o efeito negativo das baixas temperaturas tanto para os animais como para a pastagem, constata a agência. A Embrapa informa que em “Naviraí, MS” ela “identificou que a proteção foi de praticamente 100% quando a pastagem era nova e cultivada dentro da ILPF. Esse efeito protetor se deve às mudanças de ordem microclimáticas que são proporcionadas na área de produção pelo componente florestal, o qual cria uma espécie de “bolsão térmico” que mantém o ar mais quente no ambiente”.
Portanto, para a empresa, em regiões consideradas susceptíveis a geadas, o uso do sistema ILPF, pode ser uma alternativa para proteger a pastagem e assegurar, pelo menos em parte da área, uma opção para garantir forragem de melhor qualidade para o gado.
Da Redação.