Cacau dispara com temores de oferta restrita e forte demanda global

Alta semanal chega a 6%, enquanto café também avança e açúcar recua com rumores sobre exportações da Índia

- Da Redação, com notícias Agrícolas
20/01/2025 09h19 - Atualizado há 17 horas

Os contratos futuros de cacau dispararam na sexta-feira (17), impulsionados pela percepção de uma oferta global mais apertada, especialmente na Costa do Marfim, o maior produtor mundial. Apesar da alta expressiva dos preços nos últimos meses, a demanda global segue robusta, consolidando a valorização da commodity.

 

Cacau

 

O cacau em Nova York registrou uma alta de 6,4%, fechando a 11.173 dólares por tonelada métrica, acumulando um avanço semanal de 6%. Em Londres, a commodity também teve alta significativa, subindo 5% e atingindo 8.955 libras por tonelada.

 

Especialistas apontam que a produção na Costa do Marfim não atingiu as expectativas, enquanto a demanda continua forte. Dados da National Confectioners Association (NCA) revelaram uma queda modesta no processamento de cacau na América do Norte no quarto trimestre de 2024, com o volume totalizando 102.761 toneladas métricas – 1,16% menor em comparação ao mesmo período do ano anterior.

 

Embora o recuo no processamento possa refletir fatores como a redução no número de fábricas ativas, a percepção geral no mercado é de escassez de oferta global. “Os futuros de cacau e café seguem sustentados por desafios no lado da oferta, com o sentimento de alta predominando no mercado”, afirmou a BMI, unidade da Fitch Solutions.

 

Café

 

O café arábica também apresentou ganhos, fechando a 3,2835 dólares por libra-peso, alta de 0,4% no dia e 1,4% na semana. Negociantes destacam que o Brasil, maior produtor mundial, enfrenta um ano de baixa no ciclo bienal da safra, agravado por condições climáticas adversas em 2024.

 

“Com estoques brasileiros reduzidos nas últimas temporadas e preocupações contínuas com o clima, a oferta do Brasil deve permanecer apertada até 2025”, afirmou a BMI. O café robusta também subiu, registrando alta de 2,4% e atingindo 5.006 dólares por tonelada.

 

Açúcar

 

No mercado de açúcar, o cenário foi de queda. O açúcar bruto recuou 1%, fechando a 18,22 centavos de dólar por libra-peso, acumulando uma perda semanal de 5,2%. O açúcar branco seguiu a mesma tendência, com queda de 1,3%, cotado a 478,60 dólares por tonelada.

 

Os preços foram pressionados por rumores de que a Índia pode reduzir as restrições às exportações de açúcar, aumentando a oferta global. Contudo, ainda não há confirmação oficial sobre a liberação das exportações. “O mercado reagiu negativamente à possibilidade, com ondas de vendas derrubando os preços”, comentou um corretor.

 

 

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