​A saída dos EUA do Acordo de Paris vai provocar cinco efeitos globais

A decisão de Trump de abandonar o pacto climático terá repercussões significativas no combate às mudanças climáticas

Fred Almeida - Com informações da BBC News
16/01/2025 09h39 - Atualizado há 1 semana
​A saída dos EUA do Acordo de Paris vai provocar cinco efeitos globais
Foto: reprodução
Em 1º de junho de 2017, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos se retirariam do Acordo de Paris, alegando que o pacto prejudicava os interesses econômicos do país. O atual presidente Joe Biden revogou a decisão. Agora, a partir do dia 20 de janeiro, Donald Trump volta ao poder e anuncia a saída do acordo e o investimento em combustíveis fósseis. O que a decisão significa para o mundo?

Sem os EUA, o Acordo de Paris perde uma das principais fontes de financiamento e tecnologia para combater as mudanças climáticas. O país é responsável por 15% das emissões globais de carbono, e sua saída dificulta o cumprimento das metas de limitar o aumento da temperatura global. Além disso, a liderança moral dos EUA foi comprometida, enfraquecendo a força do pacto.

Com a retirada dos EUA, a China passou a se destacar como líder na luta contra as mudanças climáticas. Junto com a União Europeia, o país reafirmou seu compromisso com as metas do Acordo de Paris, tornando-se uma força central no combate ao aquecimento global. Isso também abriu espaço para países como Canadá e México desempenharem papéis mais nas Américas.

Empresas americanas, como Google e Apple, pressionaram para que os EUA permanecessem no acordo. Grandes corporações, incluindo a Exxon Mobil, também se opuseram à saída, argumentando que o pacto era benéfico para os negócios americanos, garantindo um papel nas negociações globais de mercado e incentivando inovações em energia limpa.

Apesar da promessa de Trump de revitalizar a indústria do carvão, essa fonte de energia já está em declínio, tanto nos EUA quanto em outros países. A energia renovável e o gás natural são fontes cada vez mais competitivas, tornando improvável que o carvão volte a ser uma energia dominante.

Embora a saída dos EUA não signifique o fim da queda nas emissões de carbono, principalmente devido ao crescimento do uso de gás natural, o compromisso formal do país com o Acordo de Paris teria acelerado essa redução. Sem esse compromisso, a luta contra as mudanças climáticas se torna mais difícil.

Em 2017, a saída dos EUA do Acordo de Paris teve um impacto global, enfraquecendo o pacto, ampliando o protagonismo da China e frustrando líderes empresariais. Apesar de os EUA ainda reduzirem suas emissões, o caminho para combater as mudanças climáticas se tornou mais complexo. A partir do dia 20 de janeiro, o mundo precisa seguir avançando na mitigação dos efeitos climáticos, independentemente das ações de um único país.



 

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