A produtividade das pastagens é diretamente influenciada pela condição física do solo. A descompactação do solo é uma prática importante para garantir que as pastagens atinjam seu potencial máximo, especialmente em áreas onde a compactação é um problema comum. A descompactação contribui para a melhoria da produtividade das pastagens, mas é importante saber quais são os fatores técnicos que devem ser considerados ao implementar essa prática.
Solos compactados apresentam resistência mecânica ao crescimento radicular das plantas, resultando em raízes fracas e pouco profundas, o que limita a absorção de água e nutrientes. A descompactação do solo melhora significativamente a aeração e a infiltração de água, permitindo que as raízes das plantas cresçam mais profundamente e absorvam melhor os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável. Isso é especialmente importante em períodos de seca, quando a disponibilidade de água é limitada.
Embora solos arenosos geralmente não sofram com compactação, é fundamental avaliar todas as áreas com um penetrômetro antes de decidir pelo uso de subsoladores. Este equipamento ajuda a identificar a profundidade e a resistência das camadas compactadas, permitindo uma intervenção mais precisa.
O subsolador pode aumentar a produtividade quando necessário, mas nem sempre é a solução ideal. Na maioria dos casos, a correção da fertilidade do solo, como a aplicação de calcário, gesso e adubação com fósforo, é mais importante para melhorar a produtividade das pastagens. As forrageiras, como as braquiárias, atuam como descompactadores de solo em áreas corrigidas adequadamente, pois essas condições permitem um melhor desenvolvimento radicular e uma maior absorção de nutrientes. Isso pode estar relacionado ao maior teor de matéria orgânica no solo proporcionado por pastagens bem adubadas e manejadas (Figura 1).
Figura 1 – Relação Entre densidade do solo e o teor de matéria orgânica no solo em pastagens (Maciel, 2006).
Os custos associados à descompactação incluem o investimento em equipamentos, como subsoladores, e o combustível necessário para operá-los, sendo essa uma operação pesada que exige maiores potencias na tração. No entanto, os benefícios a longo prazo podem superar esses custos. A descompactação pode aumentar a produtividade das pastagens e melhorar a resistência das plantas a condições adversas, como secas e enchentes. Além disso, a melhoria na estrutura do solo pode aumentar a retenção de água, aumentando a tolerância a veranicos e melhorando a eficiência do uso da água disponível.
A escarificação, uma técnica de descompactação, reduz significativamente a resistência do solo à penetração, melhorando a porosidade e a infiltração de água. Além disso, a descompactação pode aumentar a matéria orgânica do solo, melhorando sua estrutura física e aumentando a retenção de água. Em condições adequadas, a descompactação pode resultar em aumentos significativos na produção de forragem, o que se traduz em maior ganho de peso dos animais e, consequentemente, maior produtividade nas pastagens.
A decisão sobre o uso do subsolador deve ser baseada em uma análise técnica rigorosa, considerando as características específicas do solo e a necessidade real de descompactação. Ao combinar a descompactação com outras práticas de manejo sustentável, como a correção da fertilidade do solo e o uso de forrageiras adaptadas, os pecuaristas podem aumentar a produtividade de suas pastagens, melhorando a eficiência do uso dos recursos e contribuindo para um sistema agrícola mais rentável. Portanto, investir em descompactação, quando essa se faz necessária, pode ser uma estratégia valiosa para aumentar a produtividade e garantir "mais arrobas" em suas pastagens. Além disso, essa prática pode ser integrada a outras técnicas, como a rotação de culturas e a adubação verde, para maximizar os benefícios e promover um manejo racional das pastagens.