O manejo sustentável de pastagens é essencial para garantir a produtividade pecuária e a preservação das pastagens. A degradação das pastagens compromete a rentabilidade dos produtores e a sustentabilidade da atividade. Importante para prevenir a degradação é fazer o ajuste da taxa de lotação, a adaptação a períodos de seca, suplementação, fornecimento de volumoso e uso de confinamento.
A degradação de pastagens, muitas vezes atribuídas a fenômenos isolados, como a seca que ocorreu em 2024, é consequência de uma série de fatores desde a má formação do pasto, sua implantação sem as correções de solo necessárias e principalmente o ajuste da taxa de lotação. A degradação é um processo que vai ocorrendo, com queda gradativa da produtividade até a completa perda da produtividade da forrageira e a necessidade de renovação do piquete (Figura 1).
A taxa de lotação é o número de animais que um pasto pode sustentar sem comprometer sua regeneração. Monitorar a capacidade de suporte e ajustar o rebanho à oferta de forragem são passos indispensáveis para evitar a degradação de pastagens. O pastejo rotacionado é uma ferramenta eficiente para permitir o descanso das áreas, respeitar a fisiologia da planta e evitar sobrecarga. Tecnologias, como imagens de satélites e drones, auxiliam no monitoramento da biomassa forrageira e facilitam decisões rápidas e precisas.
Condições climáticas adversas, como a seca, são desafios frequentes no manejo. Durante períodos secos, o crescimento da forragem é severamente reduzido. Soluções incluem o cultivo de gramíneas tolerantes à seca, como Brachiaria brizantha e Andropogon, e a formação de reservas forrageiras através do pasto diferido. Onde viável, a irrigação pode ser utilizada para otimizar a oferta de forragem.
A suplementação nutricional é crucial em épocas de escassez. Suplementos ricos em proteína e energia compensam a baixa qualidade do pasto, preservando o estado corporal dos animais e permitindo o aumento do desempenho. Minerais e vitaminas também devem ser incluídos para evitar deficiências nutricionais.
O fornecimento de volumoso, como silagem e feno, é indispensável quando o pasto não tem massa de forragem necessária para atender às necessidades do rebanho. Planejar a produção e o armazenamento de volumoso com base no clima e na produtividade da propriedade é fundamental para garantir a segurança alimentar dos animais.
O confinamento, seja para engorda ou cria e recria (sequestro), pode ser uma solução eficiente em períodos críticos. Ele oferece maior controle sobre a dieta e reduz o impacto no pasto. Contudo, deve ser encarado como uma medida temporária ou complementar, já que o pasto sempre é a alternativa mais econômica para a produção de arrobas baratas.
A gestão eficaz das pastagens depende do equilíbrio entre a exploração produtiva e a manutenção da capacidade de suporte. Estratégias como o ajuste da lotação, preparo para períodos secos, suplementação planejada, volumoso adequado e confinamento estratégico são indispensáveis para evitar a degradação. Além de preservar a saúde do pasto, essas práticas promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da pecuária. O manejo rotacionado e adaptado às características das forrageiras permite que as pastagens permaneçam produtivas e econômicas, beneficiando tanto o produtor quanto o seu bolso.