31/12/2024 às 10h29min - Atualizada em 31/12/2024 às 10h29min
Açúcar encerra 2024 em baixa decorrente da pressão por oferta global
Cotações recuam com déficit global reduzido e impacto da desvalorização do real
- Da Redação, com Notícias Agrícolas
Foto: Reprodução O mercado de açúcar fechou o último pregão de 2024 em campo negativo, com o contrato março/25 cotado a 19,13 centavos de dólar por libra-peso, segundo dados da Barchart. Os demais contratos futuros terminaram abaixo de 18 centavos, sinalizando uma pressão prolongada nos preços para o médio e longo prazo.
A queda acentuada nos últimos dias reflete uma redução no déficit global do produto disponível para comercialização, consolidando uma tendência de baixa que vinha se desenhando nos meses finais do ano. A incerteza em torno da safra indiana tem alimentado a volatilidade do mercado.
Após um período de seca, o país enfrenta agora chuvas excessivas que ameaçam reduzir sua produção de açúcar a níveis abaixo do consumo interno pela primeira vez em oito anos. A situação compromete a possibilidade de exportação de excedentes, o que vinha sendo considerado um alívio para o mercado global.
Enquanto isso, a oferta brasileira segue impactando o cenário. A desvalorização do real frente ao dólar incentiva as vendas externas pelas usinas nacionais, ampliando a oferta global e pressionando os preços. Apesar disso, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) reportou uma retração no processamento de cana no Centro-Sul do Brasil.
Na segunda quinzena de novembro, as usinas processaram 20,35 milhões de toneladas, queda de 15,2% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. No acumulado da safra 2024/2025 até 1º de dezembro, a moagem totalizou 602,94 milhões de toneladas, 2,75% abaixo do volume do ciclo 2023/2024.
Chegada de 2025
O mercado de açúcar entra em 2025 sob a influência de fatores contrastantes. Por um lado, a oferta global robusta, impulsionada pelas exportações brasileiras, deve continuar pressionando os preços. Por outro, as incertezas climáticas em grandes produtores como a Índia podem limitar o fornecimento global e sustentar eventual recuperação nas cotações.
Com os contratos futuros abaixo de 18 centavos de dólar e a volatilidade persistente, o setor açucareiro inicia o novo ano atento a ajustes na oferta e à evolução climática nos principais países produtores.