20/12/2024 às 09h13min - Atualizada em 20/12/2024 às 09h13min
Dólar cai para R$ 6,12 com intervenção do BC e aprovação de pacote
Bolsa sobe 0,34% e supera os 121 mil pontos após corte de gastos na Câmara
- Da Redação, com Agência Brasil
Foto: Reprodução O dólar comercial encerrou o dia de quinta-feira (19) com forte queda de 2,32%, fechando a R$ 6,122. A desvalorização da moeda foi impulsionada pela venda de US$ 8 bilhões das reservas internacionais em dois leilões, movimento de intervenção promovido pelo Banco Central (BC), e pela aprovação de parte do pacote de corte de gastos na Câmara dos Deputados.
Após abrir o dia em alta, com a cotação atingindo R$ 6,28, o dólar passou a cair rapidamente após os leilões de venda de dólares. A moeda continuou sua trajetória de queda após a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do pacote fiscal do governo, com 354 votos favoráveis no primeiro turno e 348 no segundo, trazendo alívio aos mercados.
No mercado de ações, o índice Ibovespa também registrou uma leve alta de 0,34%, fechando aos 121.188 pontos. Embora tenha começado o dia com uma recuperação mais forte, o indicador perdeu força durante a tarde, pressionado pelas bolsas norte-americanas, que terminaram o pregão próximas da estabilidade.
O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (19) que não considera a recente alta do dólar um "ataque especulativo". Para Galípolo, o termo não resume adequadamente os movimentos do mercado, já que sempre há vencedores e perdedores em qualquer direção tomada pelos ativos financeiros. O dólar chegou a ser negociado a R$ 6,30 durante a manhã, mas recuou após o BC realizar leilões de venda de US$ 8 bilhões.
Galípolo explicou que o mercado não deve ser visto como um bloco monolítico e que os movimentos de alta podem ser justificados por diversos fatores, como a manipulação do fluxo financeiro, como indicado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Campos Neto comentou sobre a saída atípica de dólares no fim do ano e as operações envolvendo pagamento de dividendos, que afetaram o câmbio, levando a ações do BC para conter a valorização da moeda.
Sobre a transição de liderança no BC, Galípolo destacou a generosidade de Campos Neto ao facilitar o processo de passagem de bastão. Galípolo assumirá oficialmente a presidência do Banco Central em janeiro, após Campos Neto entrar em recesso na sexta-feira (20).