18/12/2024 às 09h13min - Atualizada em 18/12/2024 às 09h13min

Cenário da cana-de-açúcar perde força e açúcar cai até 4,06% em Nova York

Mercado reage à diminuição de preocupações com a safra brasileira; cotações voltam a patamares de três meses atrás

- Da Redação com Notícias Agrícolas
Foto: reprodução

Os contratos futuros de açúcar registraram quedas expressivas na terça-feira (17), com baixas de até 4,06% na Bolsa de Nova York (ICE). O vencimento março/25 perdeu o suporte dos 20 cents por libra-peso e voltou a ser negociado a 19,84 cents/lbp, patamar que não era visto desde setembro. Em Londres, as quedas também foram significativas, com desvalorizações próximas a 2,5% nos principais contratos.

 

Na Bolsa de Nova York, o contrato março/25 fechou com uma baixa de 0,84 cents (-4,06%), cotado a 19,84 cents/lbp. O maio/25 recuou 0,67 cents (-3,49%), cotado a 18,53 cents/lbp, enquanto o julho/25 caiu 0,49 cents (-2,64%), valendo 18,06 cents/lbp. Já o outubro/25 fechou em queda de 0,40 cents (-2,17%), sendo negociado a 18,02 cents/lbp. Em Londres, o contrato março/25 caiu US$ 14,40 (-2,72%), fechando o dia a US$ 515,00 por tonelada.

 

A redução nos preços ocorre em meio à dissipação dos temores sobre a safra brasileira, segundo Marcelo Filho, analista da StoneX. Ele relembra que os preços dispararam em setembro devido a preocupações com queimadas nos canaviais e revisões de produção, mas que, com o tempo, o cenário se mostrou menos grave do que o esperado. "Houve uma tempestade perfeita que levou os preços para 23 cents/lbp, mas os fundamentos não sustentaram esse movimento, e o mercado foi recuando gradualmente", explica.

 

Relatório recente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) confirmou uma moagem superior à esperada, amenizando preocupações. Além disso, fatores como a desvalorização do real em relação ao dólar e expectativas de maior oferta global, com destaque para a produção da Tailândia, pressionam as cotações. Segundo Leonardo Silvestre, trader do grupo Arai Energy, a Tailândia pode colocar mais 2 milhões de toneladas no mercado, enquanto a Índia segue neutra devido às restrições governamentais.

 

No mercado interno, o açúcar também registrou recuos. Em São Paulo, o indicador Cepea/Esalq apontou queda de 0,32%, com o açúcar cristal branco cotado a R$ 160,77/saca. Em Alagoas, o preço chegou a R$ 154,68/saca, enquanto na Paraíba e em Pernambuco os valores foram de R$ 151,51 e R$ 149,33 por saca, respectivamente.

 

 


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