Os preços mundiais de alimentos atingiram seu nível mais alto em 19 meses, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O índice de preços de alimentos da ONU subiu para 127,5 pontos em novembro, comparado aos 126,9 pontos de outubro, um aumento de 5,7% em relação ao mesmo mês de 2023. Este aumento é principalmente atribuído ao aumento nos preços dos óleos vegetais, que tiveram alta de 7,5% em relação ao mês anterior e 32% em comparação com o ano passado.
O óleo de palma, essencial para a produção de óleos vegetais, viu sua produção ser afetada por chuvas excessivas no Sudeste Asiático, o que causou uma escassez que impactou os preços. Além disso, a demanda global por óleo de soja aumentou, contribuindo para a elevação dos preços, enquanto os óleos de canola e girassol também registraram alta.
Embora os preços dos óleos vegetais tenham subido, outros índices de preços de alimentos apresentaram quedas. Os preços dos cereais caíram 2,7% em novembro, impulsionados pela diminuição dos preços do trigo e do arroz. Já o preço do açúcar recuou 2,4%, à medida que a Índia e a Tailândia iniciaram a colheita da cana-de-açúcar, e as perspectivas da safra brasileira se estabilizaram.
Além disso, a FAO revisou sua previsão de produção global de cereais em 2024, reduzindo de 2,848 bilhões para 2,841 bilhões de toneladas métricas, uma queda de 0,6% em relação ao ano passado. Apesar dessa redução, a produção ainda se manterá como a segunda maior já registrada. A utilização mundial de cereais deve aumentar 0,6% para 2,859 bilhões de toneladas no período 2024/25.
Apesar da queda nos preços de alguns alimentos, a FAO prevê que a relação entre os estoques e a utilização de cereais diminuirá ligeiramente de 30,8% para 30,1% até o final da temporada de 2025. Mesmo assim, o nível de oferta global de cereais ainda é considerado confortável.