06/12/2024 às 08h35min - Atualizada em 06/12/2024 às 14h45min

Preço do milho fecha 2024 pressionado; o que pode mudar o cenário em 2025

Desafios de safra, câmbio e questões geopolíticas impactam o mercado do milho em 2024, com expectativas de volatilidade em 2025

- Da Redação, com MoneyTimes
Foto: reprodução

O mercado de milho teve um ano de 2024 marcado por preços pressionados, resultando em impactos para produtores no Brasil e no exterior. Até o dia 4 de dezembro, o contrato contínuo do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) registrava uma queda acumulada de cerca de 9% no ano.

Esse recuo foi impulsionado pela expectativa de uma safra favorável na América do Sul, especialmente no Brasil e na Argentina. No entanto, problemas como a infestação de cigarrinhas na Argentina colocaram em dúvida a robustez da produção sul-americana, levando a uma leve recuperação dos preços.

 

O cenário de excesso de oferta, especialmente pela safra recorde nos Estados Unidos, foi um dos principais fatores responsáveis pela pressão sobre os preços no segundo semestre de 2024. “Esse excesso de oferta pautou as quedas do milho”, explica Raphael Bulascoschi, analista de milho da StoneX.

 

Enquanto os preços internacionais do milho enfrentaram dificuldades, o mercado brasileiro se comportou de maneira distinta, com valorização de aproximadamente 8% em 2024, superando os R$ 70 a saca. A valorização do câmbio, com o dólar atingindo R$ 6, e a desvalorização do real contribuíram para tornar o milho brasileiro mais competitivo no mercado internacional. Além disso, a desaceleração nas vendas pelos produtores gerou uma escassez momentânea, impulsionando os preços em determinados períodos do ano.

 

O foco do mercado em 2025 recai sobre as safras da América do Sul, principalmente Brasil e Argentina. A StoneX projeta uma produção de 128,28 milhões de toneladas para o Brasil, um leve recuo em relação às 132 milhões de toneladas de 2023. A expectativa é que a safrinha brasileira, que concentra a maior parte da produção, sofra variações dependendo das condições climáticas e da evolução das pragas, especialmente as cigarrinhas na Argentina.

 

Além das questões relacionadas às safras sul-americanas, o mercado de milho estará atento aos desdobramentos geopolíticos, como a relação entre os Estados Unidos e a China, especialmente com a possível volta de Donald Trump à Casa Branca. A política de incentivos aos biocombustíveis nos EUA também pode sofrer mudanças, impactando a demanda de milho para a produção de etanol. “O novo governo republicano já demonstrou intenções de revisar as políticas de biocombustíveis, o que pode afetar o mercado de milho”, aponta Bulascoschi.

 

A guerra entre Rússia e Ucrânia também continua a ser um fator de incerteza, pois a Ucrânia é um grande produtor e exportador de milho, e qualquer mudança na situação geopolítica pode afetar o equilíbrio global da oferta.

 

 


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