A produção pecuária no Rio Grande do Sul foi severamente impactada pelas chuvas e inundações ocorridas entre abril e maio deste ano, resultando em perdas financeiras estimadas em R$ 2,7 bilhões. Os dados foram divulgados em um relatório elaborado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e pelo Banco Mundial.
Do total, R$ 1,2 bilhão corresponde a perdas na produção, R$ 710 milhões a danos na infraestrutura e ativos, e aproximadamente R$ 780 milhões a custos adicionais para a recuperação de solos afetados pela erosão hídrica. As consequências atingiram todas as regiões do estado, afetando 475 municípios.
O setor registrou alta mortalidade de bovinos, aves, suínos, peixes e ovinos, além de significativa redução na produção de pastagens, na coleta de leite e no ganho de peso dos animais. Mais de 600 mil hectares de pastagens foram severamente prejudicados, e milhões de litros de leite deixaram de ser recolhidos devido às dificuldades impostas pelas enchentes.
Os danos na infraestrutura incluem prejuízos em aviários, pocilgas e outros ativos essenciais para a produção. Segundo o relatório, 41% dos danos impactaram a produção suína, 34% a avicultura e 16% a piscicultura. Além disso, os custos adicionais envolvem análises de solo e a recuperação da fertilidade em áreas destinadas a pastagens, forragens e silagem.
“Os solos pecuários foram submetidos a um processo acelerado de erosão hídrica, comprometendo sua sustentabilidade devido ao possível desequilíbrio em suas propriedades físicas e químicas”, alerta o documento. O relatório foi apresentado ao ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, na última quinta-feira (28).