23/10/2024 às 09h23min - Atualizada em 23/10/2024 às 09h23min

Mais Arrobas com bioinsumos

João Menezes
Divulgação: Embrapa
As bactérias promotoras do crescimento de plantas podem substituir total ou parcialmente os fertilizantes químicos com benefícios econômicos, ambientais e sociais e podem trazer muitos benefícios como inoculantes na forma de biofertilizantes ou bioinsumos. Esses inoculantes estão se desenvolvendo e podem ser usados em pastagens.

No Brasil, o “carro chefe” é a fixação simbiótica do nitrogênio (FBN) com a soja e o Brasil é líder mundial na inoculação da soja. Em forrageiras, as respostas são mais interessantes e estudadas com as leguminosas forrageira, mas pouco com gramíneas.

Trabalhos mostrando aumento na disponibilização. solubilização e outros processos microbianos com o fósforo têm se mostrado interessante para gramíneas, com algumas boas respostas em milho e sorgo com incremento na produção. Existem microrganismos que promovem o aumento na eficiência de utilização dos fertilizantes, inclusive com redução da adubação de cobertura no milho.

A combinação de processos microbianos Co inoculação, por exemplo, Rizóbio + Azospirillum brasilense, em um grande número publicações (51) e ensaios a campo (39) mostraram resultados promissores: aumento da massa de raízes secas (+11%), maior número de nódulos (+5,4%), massa de nódulos secos (+10,6%), elevação do nitrogênio nos grãos (+3,2%) e rendimento (+3,6%).

A Brachiaria (=Urochloa), compõe 72,2% (86 milhões de ha), dos 120 milhões de ha de pastagens cultivadas do Brasil. Essas plantas, em alguns trabalhos, com N + Azospirillum responderam com aumento de 104% do N, em relação ao controle, sem N e sem Azospirilum, via sementes. Essa inoculação, também permite mitigação de estresses abióticos como a seca.

A inoculação de A. brasilense em braquiárias via sementes, permitiu ao produtor antecipar em 15 dias a entrada do gado e existe relatos de incrementos na altura de plantas, número de perfilhos, massa de raízes, alongamento do caule, índice relativo de clorofila, teor de N nas folhas, produção de biomassa vegetal. Também houve redução na adubação nitrogenada sem alteração na produtividade.

Há respostas também com Megathyrsus maximus (=Panicum maximum) que compõem 25,7% da área de pastagens cultivadas no Brasil, 30 milhões de ha. Em trabalho realizado em Tocantins, 36% aumento produção da forragem sem N-fertilizante (Figura 1).



Figura 1 - Azospirillum brasilense Ab-V5 + Ab-V6 via sementes em capim Mombaça (Leite et al., Rev. Bras. Cienc. Solo (2019).
A inoculação tem se mostrado positivo quanto a fixação biológica do nitrogênio (FBN), síntese de fitormônios (auxinas, giberelinas, citocininas, ácido absísico, ácido salicílico, ácido jasmônico, óxido nítrico, etileno), enzimas (ACC - deaminase), mineralização e mobilização de nutrientes (fosfatases, fitases, exopolissacarídeos, ácidos carboxílicos), indução de resistência sistêmica em plantas, sideróforos, biocontrole (moléculas antimicrobianas, enzimas líticas, cianeto, sideróforos).

O uso de bioinsumos tem crescido muito nas diferentes culturas agrícolas e se tem demonstrado muito promissor para o uso também em pastagens.

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