17/10/2024 às 13h53min - Atualizada em 17/10/2024 às 13h53min

​Brasil: um potencial líder na transição energética global

Desafios e oportunidades na busca por uma matriz energética sustentável

Fred Almeida - Com CSolar e Agência IBGE
Foto: reprodução
Como brasileiro e consciente da urgência da transição energética, tenho observado com otimismo o potencial do nosso país em se tornar um líder global nas fontes de energia alternativas, como a solar, eólica e, em especial, o etanol. A matriz energética brasileira já é mais renovável do que a de muitas economias desenvolvidas, com mais de 80% da nossa geração elétrica proveniente de fontes limpas. No entanto, para que possamos consolidar essa liderança, é necessário que enfrentemos alguns desafios que ainda nos impedem de avançar mais rapidamente.

Um estudo recente do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) indica que, embora o Brasil tenha um crescimento significativo nas energias renováveis, a eficiência na implementação ainda deixa a desejar. Os dados são promissores: entre 2022 e 2024, a capacidade instalada de energia solar e eólica saltou de 35,4 GW para 66 GW. Contudo, essa expansão precisa ser acompanhada de um planejamento robusto que considere as necessidades de transmissão e integração dessas fontes no sistema elétrico nacional.

É evidente que a transição energética não é apenas uma questão técnica; é um desafio que abrange aspectos socioeconômicos e ambientais. A inclusão de uma crescente quantidade de projetos renováveis requer um ambiente regulatório claro e estável. Precisamos de uma reforma que garanta que as hidrelétricas, que já desempenham um papel crucial, sejam aproveitadas não apenas para a geração de energia, mas também para oferecer serviços de flexibilidade que suportem a variabilidade das fontes solares e eólicas.

Além disso, devemos considerar os sistemas de armazenamento de energia como aliados indispensáveis. A instalação de bancos de bateria pode estabilizar a tensão e otimizar o uso das energias renováveis, evitando desperdícios e custos desnecessários com a construção de novas linhas de transmissão. A integração de parques híbridos, que combinam diferentes fontes, também se mostra uma estratégia promissora, aumentando a eficiência e reduzindo custos.

A minha preocupação vai além das oportunidades; ela se estende aos riscos que corremos ao não realizar essa transição. Se o Brasil falhar em aproveitar sua posição privilegiada, perderá não apenas a chance de liderar o mercado global de energias renováveis, mas também o controle sobre um futuro sustentável. Isso pode resultar em consequências graves para a economia e para a qualidade de vida da população, especialmente para as comunidades mais vulneráveis, que são frequentemente as mais afetadas pelas mudanças climáticas.

Portanto, a liderança do Brasil na transição energética não é apenas uma possibilidade; é uma necessidade urgente. Se conseguirmos superar os desafios regulatórios, operacionais e de planejamento, poderemos não apenas atender às demandas globais por energia limpa, mas também garantir um futuro mais sustentável e justo para todos os brasileiros. A hora de agir é agora, e eu acredito que temos todas as ferramentas necessárias para fazer essa transição acontecer. Mas tem que haver vontade política.



 

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