19/09/2024 às 14h57min - Atualizada em 19/09/2024 às 14h57min

​XP alerta para impactos severos das mudanças climáticas no agronegócio brasileiro

Relatório prevê até 30% de queda na produtividade agrícola em algumas regiões e destaca lacuna de US$ 400 bilhões em investimentos globais

Fred Almeida - Com Agrofy
Foto: reprodução
O agronegócio brasileiro enfrenta uma grave ameaça devido às mudanças climáticas, conforme aponta o relatório divulgado pela XP Research em 27 de agosto de 2024. O documento projeta um cenário preocupante, com uma possível redução de até 30% na produtividade agrícola em algumas regiões do Brasil até 2025, além de destacar uma lacuna global de US$ 400 bilhões anuais em investimentos para mitigar os efeitos desse fenômeno.

Segundo o relatório, o impacto das mudanças climáticas já é evidente em todas as regiões do país, manifestando-se através de secas prolongadas, inundações e ondas de calor intensas. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas, com uma previsão de queda de 25% e 30% na produtividade, respectivamente. A elevação das temperaturas e a redução nas precipitações contribuem para o agravamento da crise hídrica, comprometendo a produção de culturas essenciais como milho e feijão no Norte e afetando drasticamente a agricultura de subsistência e a pecuária no Nordeste.

O relatório também aponta para uma crescente instabilidade na região Sul, que, apesar de ter historicamente um clima mais estável, passou a enfrentar chuvas mais intensas e desastres naturais, como as enchentes que causaram prejuízos de R$ 25 bilhões no Rio Grande do Sul em 2024. O excesso de precipitação tem gerado danos à infraestrutura e atrasado colheitas, prejudicando ainda mais a produção agrícola local.

No Centro-Oeste, a principal região produtora de grãos e carne do Brasil, os impactos das mudanças climáticas são igualmente severos. A irregularidade das chuvas e o aumento das temperaturas têm afetado culturas como soja, milho e algodão. A última safra de 2023/2024 já sentiu os efeitos dessas mudanças, forçando os produtores a recorrerem a técnicas de irrigação mais intensivas e de alto custo.

O relatório conclui que, sem uma ação coordenada para reduzir os riscos climáticos e aumentar os investimentos em adaptação, o Brasil poderá sofrer quedas acentuadas na produtividade agrícola, o que prejudicará tanto a economia interna quanto a posição do país como um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.


 

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