04/10/2024 às 09h25min - Atualizada em 04/10/2024 às 09h25min

Trigo perde produtividade no Sul do Brasil e produtores enfrentam dificuldade para cobrir custos

Eventos climáticos, como chuvas e geadas, afetam colheita no Paraná e Rio Grande do Sul, pressionando preços do cereal

- Da Redação com Notícias Agrícolas
Foto: reprodução

Eventos climáticos adversos, como seca, granizo e chuvas intensas, prejudicaram a safra de trigo no Sul do Brasil, especialmente nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Com a colheita se aproximando, produtores enfrentam a perda de produtividade e preços baixos, o que gera preocupações quanto à capacidade de cobrir os custos de produção.

No Rio Grande do Sul, chuvas fortes, como as que ocorreram em Fortaleza dos Valos, destruíram até dois terços das plantações em algumas regiões. Volnei Kriese, produtor rural, relatou que esperava colher até 80 sacas por hectare, mas após o granizo, a previsão caiu drasticamente para apenas 10 sacas. Além disso, ele destacou a dificuldade de acessar programas de seguro, como o Proagro, que se tornaram menos acessíveis após mudanças governamentais.

 

No Paraná, a situação não é menos preocupante. Laércio Dalla Vecchia, de Mangueirinha, descreveu que as geadas em agosto dizimaram grande parte das lavouras, resultando em uma colheita abaixo das expectativas e dificuldades para os agricultores saldarem suas dívidas. A seca também foi um fator determinante para a redução da produtividade em áreas já colhidas no oeste do estado.

 

Segundo o analista Élcio Bento, da Safras & Mercado, o Paraná terá um déficit de trigo, com uma produção estimada em 2,6 milhões de toneladas, muito abaixo da demanda interna de 3,8 milhões. Esse déficit forçará o estado a importar trigo de outras regiões, como o Rio Grande do Sul, que, apesar das adversidades, ainda poderá produzir até 4 milhões de toneladas, gerando um excedente de 2 milhões para exportação.

 

Em Santa Catarina, o cenário é mais positivo, com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) prevendo um aumento de 59,3% na produtividade em comparação ao ano anterior. Mesmo assim, as oscilações no mercado internacional, como as secas nos Estados Unidos e na Rússia, somadas à incerteza na safra da Argentina, mantêm os preços do trigo pressionados, embora com tendência de alta no período de entressafra.

 

 


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