18/09/2024 às 08h49min - Atualizada em 18/09/2024 às 08h49min

Mais Arrobas melhorando o ganho de peso

João Menezes
Fotos: João Menezes
A produção de bovinos em pastagens é a forma mais econômica de produção de carne, porém quando os ganhos são muito pequenos podem não ser suficientes para remunerar a atividade. A melhora do manejo e produção de forragem são fundamentais para que se consiga ganhos de peso satisfatórios que remunerem a atividade.

O ganho de peso em pastagens impacta diretamente na rentabilidade da propriedade, portanto pastagens mal manejadas ou degradadas podem proporcionar ganhos tão pequenos que não remuneram a atividade. Imagine uma propriedade que tenha um custo de manutenção dos animais de R$80,00 mensais, considerando todas as despesas, com pasto, suplemento mineral, mão de obra, medicamentos e demais gastos. Considerando um valor da arroba de R$240,00, serão necessários três meses para remunerar as despesas (R$240,00/R$80,00/mês = 3 meses), portanto o ganho de peso médio para equilibrar as contas de 333 gramas/dia (1 @ = 30 kg/90 dias = 0,33 kg/dia).

Se essa propriedade tiver um ganho médio inferior a 333 g/dia, (4,05 @/ano), não terá receita suficiente para custear os gastos operacionais da propriedade, portanto, não terá renda para remunerar as depreciações de instalações e pastagens e a médio e longo prazo terá seu patrimônio desvalorizado.

Quando as pastagens são bem manejadas, o ganho de peso diário aumenta e a rentabilidade melhora sem grandes mudanças nos investimentos (Tabela 1). Pastagens trabalhadas com menor taxa de lotação, ainda que elevada, proporcionaram um melhor ganho de peso por animal e uma maior produtividade de carne por área. É sempre bom termos em mente que esses ganhos foram obtidos nas águas e, portanto, melhoram os ganhos nessa época. Na seca, os animais necessitam serem suplementados para manterem os ganhos, porém, esses animais, também melhoram o desempenho quando a oferta de forragem é maior.

Quando as pastagens são manejadas de forma adequada, respeitando as alturas recomendadas de entrada e saída das pastagens e aproveitando a flexibilidade de manejo que essas forrageiras aceitam, podendo se colocar os animais na pastagem um pouco antes, maior qualidade da forragem e retirar com uma altura um pouco superior, onde a oferta ainda é melhor, permite maiores ganhos de peso por animal e maior produtividade de carne na área sem risco de degradação das pastagens.

As forrageiras tropicais têm elevada resposta em produtividade quando as condições a que são submetidas são adequadas, em especial fertilidade e irrigação, porém erros de manejo podem evitar que todo o potencial dessas plantas seja explorado. Quando as condições de solo e clima não são favoráveis, essas plantas podem perder vigor, diminuir sistema radicular e perder a capacidade de competir com plantas invasoras e os pastos podem entrar em degradação. Quando o manejo é correto, os ganhos dos animais são melhores e a longevidade das pastagens aumenta.

Tabela 1 - Lotação rotativa – Panicum maximum cv. Mombaça, Euclides et al. (2015).


Pastagens adubadas e ou irrigadas necessitam de bom manejo para que a forragem acumulada seja consumida e aproveitada pelo gado, pois as perdas podem ser grandes quando ocorrem erros de utilização, enquanto as pastagens não intensivas precisam de bom manejo para melhorar os ganhos e preservar a condição da planta e a longevidade das pastagens. Em resumo, pastos intensivos não funcionam sem um bom manejo, mas pastos bem manejados funcionam sem adubação.

Os ganhos por animal devem ser bons o suficiente para remunerar e pagar todas os gastos da produção pecuária.

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