07/08/2024 às 09h58min - Atualizada em 07/08/2024 às 09h58min

​Mais Arrobas com BRS Paiaguás

João Menezes
Divulgação: Embrapa
O capim-paiaguás é mais uma opção de Brachiaria brizantha para a diversificação de pastagens em solos de média fertilidade nos cerrados. Foi selecionada com base na produtividade, vigor, produção de sementes e apesar de não apresentar resistência à cigarrinha das pastagens, tem elevado potencial de produção animal no período seco, com alto teor de folhas e bom valor nutritivo. A grande vantagem da BRS Paiaguás é durante o período seco, quando apresenta maior acúmulo de forragem de melhor valor nutritivo, resultando em maiores ganhos de peso por animal e por área.

A BRS Paiaguás destina-se a pecuaristas com poucas alternativas de alimentação no período seco e/ou a produtores interessados na integração lavoura-pecuária, seja para cobertura do solo e plantio direto (pastagem de inverno no cerrado) ou de curta duração (ano e meio a dois anos) para voltar com plantio de lavoura. Foi selecionada com base na produtividade, vigor de perfilhamento, facilidade de manejo e, apesar de não apresentar resistência à cigarrinha-das-pastagens, mostrou ter elevado potencial de produção animal no período seco, com alto teor de folhas e bom valor nutritivo.

Os pastos da BRS Paiaguás apresentaram bom controle de invasoras sob pastejo mais intensivo. Na integração lavoura-pecuária é de fácil utilização com milho safrinha, para produção de forragem de outono-inverno e/ou de palhada para plantio direto. Sua dessecação requer baixas doses de glifosato.

A espécie africana, do gênero braquiária tem maior acúmulo de forragem e disponibilidade de folhas na seca quando comparada com outros capins (Tabela 1). Além disso, a Paiaguás apresentou melhor valor nutritivo, resultando em ganhos de peso maiores por animal e por área, com maior produtividade na época seca, o que acarreta um melhor desempenho animal no período da estiagem.

Tabela 1 - Massa seca de parte aérea, raízes, haste e folhas de plantas de quatro acessos de Brachiaria brizantha submetidas ou não ao estresse por déficit hídrico (Pezzopane et al, 2015).



A BRS Paiaguás é capaz de rebrotar após período de seca mais severa que outras braquiárias. Os resultados obtidos até o momento indicam que essa forrageira poderá ser uma boa alternativa para locais com problemas de déficit hídrico, principalmente em áreas marginais, sujeitas a secas mais severas.

Em condições de seca leve e curta, o aprofundamento das raízes, aliado a outros mecanismos de atraso à desidratação, permite que o capim-marandu e o capim-decumbens continuem crescendo e mantenham boa produtividade. Por outro lado, a BRS Paiaguás, além de aprofundar as raízes, ativa mecanismos de economia de água que promovem um esgotamento mais lento da água no solo. Assim, a absorção e a manutenção da hidratação de partes da planta importantes para a sobrevivência são garantidas por um período mais longo de seca.

A BRS Paiaguás também é capaz de rebrotar melhor depois de períodos de seca mais severos que outras braquiárias. Em um ensaio onde se interrompeu a irrigação por períodos crescentes e depois voltaram a irrigar para avaliar a rebrota das plantas. Com aproximadamente 8% de umidade, mais da metade das plantas da BRS Paiaguás foi capaz de rebrotar, enquanto as de capim-marandu e capim-decumbens apresentaram porcentagem muito menor de rebrotação (Beloni et al, 2018), o que indica que a BRS Paiaguás, em condições de seca severa, ativa mecanismos para proteção de seus pontos de crescimento.

A BRS Paiaguás é uma boa alternativa de pastagem para a época seca do ano, bem como o uso na Integração Lavoura Pecuária.

 

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