Os preços da soja no Brasil registraram queda ao longo de julho, refletindo as oscilações internacionais e a expectativa de uma supersafra global. Apesar do recuo, a valorização do dólar, que encerrou o mês a R$ 5,65, limitou a queda das cotações internas. Nos primeiros dias de agosto, a moeda norte-americana continuou a subir, superando os R$ 5,73, maior patamar desde dezembro de 2021.
Nos mercados internacionais, os contratos futuros da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) enfrentaram desvalorização de 7,4% ao longo de julho, fechando o mês em US$ 10,22 1/2 por bushel. Essa queda foi influenciada pelas condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos, que pressionaram os preços.
A desvalorização da soja foi evidente em várias regiões brasileiras. Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos recuou de R$ 138 para R$ 133; em Cascavel (PR), caiu de R$ 134,50 para R$ 129; e no Porto de Paranaguá (PR), o preço baixou de R$ 144 para R$ 138. Um dos poucos destaques foi Rondonópolis (MT), onde a saca subiu de R$ 128 para R$ 129.
Enquanto isso, na Argentina, a previsão de plantio de soja para a temporada 2024/25 é de 18,2 milhões de hectares, um aumento de quase 1 milhão de hectares em comparação com a campanha anterior. Este crescimento é impulsionado pela menor intenção dos produtores de plantar milho, devido a problemas com a cigarrinha, e pela expectativa de condições climáticas mais favoráveis, mesmo com a possibilidade de um evento La Niña menos severo que o da safra 2022/23.
Com a área expandida e o rendimento estimado em 3.055 kg/ha, a produção argentina de soja para a temporada 2024/25 deve alcançar 55,3 milhões de toneladas, um aumento de aproximadamente 11% em relação à safra anterior. O impacto dessa supersafra no mercado global e nos preços internos ainda depende do clima e da evolução do cenário econômico mundial.