Venda de soja acelera no Brasil com alta do dólar e recuperação em Chicago

Comercialização de safra 2023/24 atinge 71,8%, enquanto plantio nos EUA fica abaixo do esperado

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A recente alta do dólar frente ao real, combinada com a recuperação parcial dos contratos futuros em Chicago, impulsionou os negócios com soja no Brasil. Produtores brasileiros aproveitaram a oportunidade para acelerar as vendas, tanto da soja disponível quanto de forma antecipada, de acordo com dados da Safras & Mercado da última sexta-feira, 5.
 
A comercialização da safra 2023/24 de soja no Brasil já envolve 71,8% da produção projetada, um aumento significativo em comparação com o relatório anterior de 10 de junho, que indicava 64,6%. No mesmo período do ano passado, 66,1% da safra estava negociada, enquanto a média de cinco anos para o período é de 76,7%.
 
Considerando uma safra estimada em 149,7 milhões de toneladas, o total de soja já vendido é de 107,46 milhões de toneladas. Para a temporada 2024/25, Safras projeta uma comercialização antecipada de 14,6%, um avanço em relação aos 11,1% do ano anterior, mas ainda abaixo da média de cinco anos, que é de 20,6%.
 
Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura (USDA) divulgou em 28 de junho que a área plantada com soja em 2024 será de 86,1 milhões de acres (34,8 milhões de hectares), uma elevação de 3% sobre o ano anterior. No entanto, esse número ficou abaixo das expectativas do mercado, que era de 86,86 milhões de acres (35,1 milhões de hectares), e do relatório de intenção de plantio de março, que previa 86,51 milhões de acres. Em 2023, os produtores americanos plantaram 83,6 milhões de acres (33,8 milhões de hectares).
 
Os estoques trimestrais de soja em grão nos Estados Unidos, na posição de 1º de junho, totalizaram 970 milhões de bushels (26,4 milhões de toneladas), um aumento de 22% em comparação com o mesmo período de 2023. Este número ficou acima da expectativa do mercado, que era de 957 milhões de bushels. Do total, 466 milhões de bushels estão armazenados com os produtores, um aumento de 44% sobre o ano anterior, enquanto os estoques fora das fazendas somam 504 milhões de bushels, uma elevação de 6%.