04/07/2024 às 08h56min - Atualizada em 04/07/2024 às 08h56min

Recursos do Plano Safra 24/25 são insuficientes, diz Aprosoja Brasil

Entidade também critica proibição de empréstimos para imóveis rurais embargados

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: reprodução

A Associação Nacional dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja) manifestou insatisfação nesta quarta-feira (3) em relação ao recém-anunciado Plano Safra 2024/25. Segundo a entidade, o atraso no lançamento do programa comprometeu o planejamento dos tomadores de crédito e das instituições financeiras.

 

“Embora seja um mecanismo importante à disposição do Poder Executivo para incentivar a agropecuária brasileira, os recursos e condições anunciadas nesta quarta-feira, em Brasília, são considerados insuficientes para atender as demandas da produção brasileira”, afirmou a Aprosoja em nota oficial.

 

O governo federal anunciou R$ 400,59 bilhões em crédito para médios e grandes produtores rurais, um aumento de 10% em relação à safra anterior, além de R$ 108 bilhões em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), totalizando R$ 508,59 bilhões em crédito. No entanto, o presidente da Aprosoja Brasil, Maurício Buffon, criticou a falta de equalização nas taxas de juros, afirmando que o governo não está contribuindo para reduzir os custos financeiros para os produtores rurais.

 

“O ano de 2024 está sendo bastante desafiador e, infelizmente, o governo não está ajudando em nada o setor”, disse Buffon. Ele ressaltou que as normas que regem o crédito agrícola criaram limitações para a captação de recursos.

 

A Aprosoja Brasil também destacou a resolução do Conselho Monetário Nacional número 5.081, de 2023, que proíbe bancos de conceder empréstimos para empreendimentos em imóveis rurais embargados por órgãos ambientais, tanto estaduais quanto federais, em todos os biomas.

 

“Na prática, a resolução criou um sistema falho de checagem e tirou milhares de produtores totalmente legais do ponto de vista das normas ambientais do sistema de crédito”, criticou a entidade.

 

A Aprosoja Brasil e outras entidades do setor produtivo já fizeram diversos alertas, mas, segundo a associação, ainda não houve nenhuma solução prática. “Ficou claro após meses de tentativas de diálogo que há posições e ações do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Fazenda para dificultar a concessão de crédito e a regularização fundiária e ambiental, criando de forma desnecessária uma tensão com o setor e alimentando animosidades”, concluiu a Aprosoja Brasil.

 

 


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