03/07/2024 às 15h26min - Atualizada em 03/07/2024 às 15h26min
Mais Arrobas com utilização de alimentos regionais alternativos
João Menezes
Divulgação: Brasil de Fato Na alimentação de ruminantes predomina o uso de alimentos fibrosos (pastagens e volumosos), coprodutos da indústria de alimentos (polpa, ddg, farelos) e resíduos de produtos agrícolas processados (pré-limpeza de grãos, batata e mandioca fora do padrão, resíduo de cervejarias, levedura, bagaço). O uso de alimentos alternativos regionais que estejam disponíveis podem ser opção para reduzir custos de dieta.
A utilização de alimentos regionais alternativos (coprodutos ou subprodutos) da agroindústria, oriundos da lavoura de grãos e raízes, da fruticultura e de empresas processadoras de frutas, e de indústrias de biocombustíveis (álcool e principalmente de biodiesel) na alimentação de ruminantes vem sendo amplamente estudada sob vários aspectos (valor nutritivo e digestibilidade dos alimentos, bem como o desempenho (consumo, ganho de peso e conversão alimentar), bem como sua viabilidade econômica do uso.
Cada região tem sua peculiaridade e opções de produção agrícola. As indústrias processam esses alimentos e aquilo que seria um resíduo, com problema de eliminação e contaminação do meio ambiente pode ser usado na alimentação de ruminantes como os bovinos e se tornar uma fonte de renda para a indústria.
As opções são muitas e existem estudos para avaliar os resultados. Muitas vezes a disponibilidade é sazonal e necessita armazenamento em armazéns, barracões ou silos, porém normalmente estes alimentos alternativos reduzem o custo da alimentação animal.
A utilização de produtos regionais favorece deste o custo do frete menores e com maior oferta os preços são menores. O produtor tem que estudar as opções de sua região e a existência de estudos de desempenho e parâmetros ruinais com esses produtos. A batata doce fora do padrão, produto muito disponível no oeste paulista, pode ser usada na alimentação animal e as raízes são utilizadas essencialmente como fonte de energia, podendo ser utilizada na forma in natura, picada, silagem, ou mesmo, seca na forma de farinha. Outras alternativas também estão disponíveis (Tabela 1).
Cada região tem a sua disponibilidade conforme a produção e economia local. Desde que o alimento tenha valor nutricional e não possua toxinas ou outros fatores anti nutricionais, a composição e o teor de umidade serão os principais fatores a serem considerados quanto a viabilidade. Alimentos pouco concentrados ou com muita umidade inviabilizam o seu uso dado os custos do frete e operacionalidade do fornecimento.
Tabela 1 - Teores de matéria seca (MS, %), nutrientes digestíveis totais
(NDT, % MS), proteína bruta (PB, % MS) e fibra em detergente neutro
(FDN, % MS) em concentrados energéticos e proteicos.
As escolhas de alimento alternativos para alimentação animal sempre devem levar em conta a oferta e sazonalidade. Alimentos baratos, mas de pouca disponibilidade ou ofertado por períodos muito curtos, podem não se viabilizar por questões de operacionalidade, armazenamento e adaptação dos animais. Muitas indústrias podem operar apenas com quantidades elevadas e isso pode inviabilizar o uso por pequenas propriedades.
A busca por alimentos alternativos disponíveis regionalmente pode reduzir significativamente o custo de dietas para bovinos, além de resolver o destino de resíduos de muitas indústrias.