03/07/2024 às 09h15min - Atualizada em 03/07/2024 às 09h15min

Receita com vendas de máquinas agrícolas despencam e Plano Safra não anima a Abimaq

Entidade vê governo mais propenso a alocar recursos em setores críticos, como a armazenagem, deixando outras áreas de lado

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: reprodução

Os produtores rurais brasileiros aguardam ansiosamente a divulgação do próximo Plano Safra para retomar a compra de máquinas agrícolas. O programa, que será válido de julho de 2024 a junho de 2025, deve ser anunciado nesta quarta-feira, 3.

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A indústria de máquinas e equipamentos observa uma queda na receita acumulada com vendas internas neste ano, atribuindo parte da retração à escassez de recursos.

 

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a receita líquida interna em 2024, até maio, soma R$ 18,233 bilhões, representando uma queda de 31,8% em relação ao ano anterior.

 

O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, Pedro Estevão Bastos, afirmou que o juro de mercado atualmente é de aproximadamente 16%. Para o Plano Safra 2024/2025, ele espera algo entre 10% e 11%.

 

“A queda no desempenho se deve ao juro alto, à falta de recursos do Plano Safra, à seca na safra de verão e aos menores preços das commodities. Amanhã saberemos como o mercado vai se portar”, disse Bastos.

 

A Abimaq sugeriu que o governo disponibilizasse R$ 36 bilhões para o financiamento de máquinas agrícolas, sendo R$ 26 bilhões para Moderfrota e Moderfrota Pronamp (médios e grandes produtores) e R$ 10 bilhões para o Pronaf (agricultura familiar).

 

“Estimamos que o ideal seria cerca de R$ 41 bilhões, o que representa 70% das vendas anuais. No entanto, temos ouvido que o anúncio deve ser de R$ 18 bilhões, metade do que pedimos. Isso significa que os recursos oficiais acabariam em três meses e os produtores teriam que buscar financiamento com juros mais altos”, analisou Bastos.

 

Especulações do mercado preveem o juro do Moderfrota em 11,5% ao ano. “Se os recursos vierem na faixa de R$ 18 bilhões, a perspectiva para o ano piora. Esperávamos uma queda de 15%, mas, com um Plano Safra fraco, a queda pode chegar a 25% no ano”, projetou.

 

Embora pessimista, Bastos lembrou que o setor já enfrenta uma queda de mais de 30% e a expectativa era de recuperação no segundo semestre. A Abimaq vinha afirmando nos últimos meses que o governo federal se mostra sensível às demandas do setor.

 

Bastos vê o executivo mais propenso a alocar recursos na agricultura familiar, deixando a agricultura empresarial de lado devido ao orçamento apertado. “O governo provavelmente escolherá setores críticos como a armazenagem, deixando insuficientes recursos para a demanda do setor de máquinas”, conjecturou.

 

 


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