A área plantada com soja no Brasil poderia se expandir em até 36,6 milhões de hectares sem a necessidade de desmatamento nos cinco biomas brasileiros, de acordo com um estudo divulgado pela Serasa Experian. A pesquisa aponta que essa expansão seria possível através da conversão de pastagens degradadas em áreas de cultivo.
Joel Risso, diretor de Novos Negócios Agro da Serasa Experian, afirma que, se as projeções do Ministério da Agricultura se confirmarem, o Brasil poderá ver um aumento de cerca de 12 milhões de hectares no plantio de soja nos próximos dez anos. Atualmente, na safra 2023/24, a soja ocupa 46 milhões de hectares, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O estudo destaca que o aumento projetado de 12 milhões de hectares representa apenas um terço do total de pastagens com alta aptidão para o cultivo de soja no Brasil, que somam mais de 36 milhões de hectares. Essa disponibilidade de terras é considerada uma boa notícia, já que indica a possibilidade de expansão seguindo protocolos ambientais rigorosos, como as recentes exigências do mercado europeu, que não aceitará mais soja proveniente de áreas desmatadas.
Entre os biomas, o Pampa se destaca com a maior proporção de pastagens aptas para a soja sem degradação, totalizando 52% (1,6 milhão de hectares dos 3,1 milhões de hectares disponíveis). A Mata Atlântica, por outro lado, possui a maior proporção de pastos severamente degradados, com 40% (1,6 milhão de hectares de um total de 4 milhões de hectares propícios ao plantio de soja).
Apesar disso, o Cerrado apresenta o maior número absoluto de hectares degradados de forma severa, com 6,1 milhões de hectares de pastagens aptas para a soja nesta condição, segundo a Serasa Experian.