18/06/2024 às 09h41min - Atualizada em 18/06/2024 às 09h41min
Arroba do boi gordo para de recuar e ganha estabilidade
Fabiano Reis
Foto: Reprodução O mercado do boi gordo vem em estabilidade após a forte pressão exercida sobre os valores da arroba. Há uma leitura por parte dos operadores que uma fração das fêmeas foi ofertada nos meses de março, abril e maio, aliviando um pouco o cenário de oferta nestes quase 20 dias de junho. O boi não cede mais e há, até, alguma recuperação de preços praticados.
Um elemento razoável para se entender o mercado está no tradicional questionamento “já chegamos ao fundo do poço?”. Em condições normais de “pressão atmosférica e temperatura”, diria parecer que sim. Apesar dos indicadores estarem ligeiramente mais favoráveis ao pecuarista – do que há um mês, o clima seco e limitação de pastagens é determinante na elevação (ou não) de boiadas ofertadas ao abate. Para me posicionar, de modo geral, entendo que sim, o pior passou.
Um dos fatores interessantes nos últimos 10 dias é a leve redução das escalas nos estados do Centro-Oeste brasileiro, Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, tiveram a característica. Não é, no momento, algo com capacidade de mudar a tendência do mercado, mas, certamente, mostra uma situação de redução do descarte por ajuste de pastagens nas fazendas.
Em outra ponta, o descontrole fiscal na gestão nacional, a deterioração de alguns importantes indicadores da economia, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) que mensura a inflação, estimativa menor para o Produto Interno Bruto e taxa de juros no Brasil, somado ao condicionamento externo nos Estados Unidos de não trazer expectativa de recuar com a taxa de juros têm proporcionado rallys fortes para o dólar em terras brasileiras, fazendo o Real ser a moeda mais desvalorizada do mundo. No último dia 17 de junho a moeda norte-americana fechou em intensos R$ 5,42.
O dólar a R$ 5,42 é um atrativo ainda maior da carne bovina brasileira, que fica ainda mais acessível no cenário internacional. Para efeito de comparação para entender o custo de produção industrial, a arroba do boi gordo no Brasil vale US$ 39,62; na Argentina US$ 55,95; Uruguai US$ 55,20 e nos Estados Unidos US$ 99,20.
As margens, em Reais, da indústria brasileira com este dólar são maiores e ainda conta com uma expectativa de maior volume a ser embarcado. Por falar em embarques, o volume exportado até o fechamento da segunda semana de junho a totalidade exportada e de 97,2 mil toneladas, de acordo com a Secretária de Comércio Exterior. A média diária é expressiva, mesmo diante do bom número registrado em junho do ano passado, chegando a 9,7 mil toneladas ao dia, 6% maior. O valor médio da tonelada é de US$ 4.454 queda de 11,9% frente a junho/23.