​Custos de produção de aves de corte e suínos aumentam em maio

Ração é o principal fator de elevação nos custos, aponta Embrapa

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Os custos de produção de aves de corte e suínos no Brasil subiram em maio, impactados principalmente pelo aumento nos gastos com ração, segundo a Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias) da Embrapa. Em comunicado na segunda-feira (17), a instituição detalhou que esses aumentos refletem as pressões econômicas no setor.
 
No Paraná, maior produtor nacional de frangos, o custo de produção do quilo do frango de corte subiu 3,45% em maio, atingindo R$ 4,42. A ração, que constitui o maior componente do custo de produção do animal, registrou um aumento de 4,17% em comparação a abril. Além disso, outros fatores contribuíram para o aumento dos custos: genética (+2,41%), mão de obra (+2,67%) e juros sobre o capital investido e de giro (+3,33%).
 
Apesar do aumento mensal, no acumulado do ano, o custo de produção de frangos de corte subiu apenas 0,28%, e nos últimos 12 meses, apresentou uma queda de 4,04%.
 
Em Santa Catarina, principal estado produtor de suínos, o custo de produção do quilo suíno aumentou 2,69% em maio, chegando a R$ 5,78. Esse aumento foi impulsionado por um acréscimo de 3,29% no custo de ração e de 3,37% nos juros sobre o capital investido e de giro.
 
No entanto, no acumulado do ano, o custo de produção de suínos ainda apresenta uma queda de 6,87%, e nos últimos 12 meses, uma ligeira redução de 0,83%.
 
Em um contexto internacional, o Brasil se destaca por ter o menor custo de produção de suínos entre os 17 países que fazem parte do InterPIG, grupo que compara os custos de produção na suinocultura. Essa informação é baseada no último levantamento divulgado no ano passado com dados de 2022.
 
Nesta semana, Marcelo Miele, pesquisador da Embrapa, participa da reunião anual do grupo InterPIG na Finlândia. O encontro visa apresentar dados dos custos referentes a 2023, discutir a metodologia de comparação entre os principais produtores e estabelecer canais de comunicação para troca de informações. Miele destacou a importância dessa atividade para fornecer dados estratégicos aos agentes da cadeia produtiva no Brasil, ajudando a avaliar a competitividade internacional.
 
“O principal impacto desta atividade será trazer informações para os agentes da cadeia produtiva no Brasil acerca do grau de competitividade dos seus principais concorrentes, contribuindo para a inteligência estratégica na Embrapa, nos órgãos públicos e na cadeia produtiva”, afirmou Miele em nota.