A utilização de capineiras para alimentar os animais no período da seca sempre foi uma alternativa comum às propriedades de pecuária. Esta forrageira apresenta bom valor nutritivo, apesar de teores de proteína bem inferiores às necessidades dos animais e elevada produtividade. A grande vantagem da cana é que ele apresenta seu melhor valor nutritivo e maior quantidade de massa, na época que mais falta forragem, ou seja, na seca.
A produção de cana para a alimentação animal é uma opção interessante para o produtor por ser uma planta conhecida, de fácil cultivo, exigir poucos tratos culturais, não exigir nenhuma prática de conservação de forragem, a época de colheita coincidir com o período de seca e ser bem consumida pelo gado, desde que corrigida suas deficiências, principalmente proteína e minerais. Outra vantagem é sua semi perenidade, onde uma vez plantada pode ser cortada por 5 – 7 anos sem necessidade de reforma, o que reduz custos e facilita o manejo.
A produtividade elevada da cana, 20-30 t MS/ha, mesmo em anos com presença de veranicos, permite que pequenas áreas sejam suficientes para muitos animais. Um ha produz cana suficiente para alimentar 20 vacas por 100 dias, considerando produção (t/ha) de 20 t, consumo (Kg MS/ vaca) de 10,0 kg/dia.
O desempenho do animal consumindo cana vai depender da estratégia de suplementação. Quando é feito somente a cana com ureia (mistura 85% ureia + 15% de sulfato de amônio) para corrigir a proteína e suplemento mineral, pois a cana é pobre em minerais, do ponto de vista nutricional para bovinos, o desempenho não será muito alto muito elevado, mas será suficiente para manutenção e pequenos ganhos durante a época da seca. Quando suplementado com farelos, o desempenho melhora bem, mesmo com a adição de pequenas quantidades (Tabela 1).
Tabela 1 - Efeito do uso de suplementos para bovinos recebendo dietas à base de cana + ureia, no consumo de matéria seca e ganho de peso diário.
As maiores dificuldades encontradas na cultura da cana é o seu corte diário, que é ainda mais complicado quando chove. A alternativa para evitar esse problema é a ensilagem da cana. Quando bem feita e aditivada corretamente, a qualidade da cana fresca se mantem no material ensilado, apesar de haver pequenas perdas. A ensilagem aumenta o custo do volumoso sem ganhos de qualidade nutricional e, portanto, deve ser analisada com cuidado.
As melhores cultivares, normalmente são àquelas que também são boas produtoras de açúcar, já que o valor nutritivo está ligado à quantidade destes na matéria seca. Existem melhoramento e teste para avaliar as mais adaptadas à alimentação animal, porém normalmente as boas para a usina de sua região, também são boas para alimentação animal.
A cana de açúcar tem diminuído seu uso, principalmente por questões operacionais de condução da cultura e principalmente o corte, porém os maquinários evoluíram bastante e já se tem muitas máquinas eficientes no corte dessa forrageira.
A cana de açúcar continua sendo uma boa alternativa de volumoso barato e de fácil manejo para a época seca do ano.