11/06/2024 às 09h55min - Atualizada em 11/06/2024 às 09h55min

Ritmo de abates e exportações de carne bovina devem seguir em alta dólar forte traz mais competitividade para carne brasileira

Fabiano Reis
Foto: Reprodução
A primeira quinzena do mês de junho se aproxima do final e, a expectativa geral de um maior consumo de carne bovina se confirmou parcialmente no mercado doméstico brasileiro, fator que somado a pouca disponibilidade de pastagens, nos mostra o cenário de elevação de oferta de boiadas. O ritmo das exportações segue forte, assim como a expectativa para abates de animais. Além disso, o cenário internacional de dólar mais alto, desvaloriza ainda mais o Real brasileiro e torna a produção nacional mais competitiva.
 
A relação de consumo de carne bovina no Brasil não respondeu como poderia, principalmente, quando consideramos alguns fatores específicos da política social e econômica do País, com o pagamento do 13º para parte de pensionistas e aposentados (em julho há outra parte de funcionários federais que recebem o pagamento). Contudo, mais recurso financeiro circulando não culminou em maior consumo de carne bovina.
 
No campo o cenário não muda, a falta de chuvas, comum para a época do ano, é a grande vilã, ao acelerar a necessidade de ajustes e oferta de boiadas na indústria. Por sua vez, os frigoríficos não têm grande dificuldade em formar ou alongar escalas de abate (até reduziu um pouco na última semana) mesmo ficando alguns períodos fora da ponta compradora.
 
Neste cenário, temos as exportações de carne bovina brasileira, que em maio de 2024 registrou o maior volume embarcado em um único mês da história, com 211,9 mil toneladas embarcadas, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior. Mais do que isso, o ritmo segue expressivo, com o volume exportado de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada registrado no fechamento da primeira semana de junho em 57,9 mil toneladas. A média diária exportada na primeira semana do mês também chama a atenção, com 11,5 mil toneladas, alta de 11,50%, frente a mediana de junho/23, em 9,1 mil toneladas.
 
No ambiente de exportações, há um elemento novo no mercado, a alta do dólar, que tem se mantido acima de R$ 5,30 e teve pico de R$ 5,388 nesta última segunda-feira. A causa, que tem se refletido no mundo todo, mas principalmente em países emergentes como o Brasil, é a taxa de juros dos Estados Unidos que não deve recuar neste mês e há apostas na qual economistas norte-americanos não esperam alterações em 2024. Basicamente, o dólar mais alto torna o produto brasileiro ainda mais barato no mercado internacional, muito mais competitivo, o que faz acreditar em ritmo de exportação mais forte.
 
Para encerrar, a grande questão que temos hoje no mercado da pecuária bovina de corte do Brasil é o ritmo expressivo de abates, como no 1º primeiro trimestre do ano com abates de 9,302 milhões de cabeças bovinas sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária, recorde, considerando a série histórica da pesquisa, iniciada em 1997. Em abril e maio, os números de abate SIF seguem com recordes. O que apareceu nas parciais de abates com inspeção federal em maio é a redução na participação de fêmeas, que vinha extremamente elevada. Vindo de um histórico recente de abates recordes e exportações também, a pergunta que fica é até quando há folego para manutenção do ritmo e quando o pecuarista começa a “ganhar” com todo a competitividade do momento.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://canalpecuarista.com.br/.