Os animais que vêm das pastagens para o confinamento encontrarão um ambiente, grupo de animais, alimentos e condições totalmente diferente do encontrado onde estavam. A adaptação é importante e quanto mais gradativa possível, melhor. Muitos produtores já têm adotado o pré confinamento em pastagens próximas antes do fechamento total dos animais.
A adaptação começa na chegada dos animais, com reidratação e descanso da viagem. Quando possível, deixar os animais em pastagens próximas com a suplementação de ração parecida à dieta a ser usada.
A adaptação é considerada a etapa mais crítica da atividade de terminação em confinamento, visto que os animais devem passar de uma dieta de alto volumoso para uma dieta com elevadas proporções de concentrado e carboidratos rapidamente fermentáveis em intervalo de tempo relativamente curto.
A adaptação, com mudança gradativa da dieta, de situação onde o animal consumia somente volumosos, pasto, para uma com muito concentrado deve ser gradativa e quando possível com presença de capim. Quando a dieta tem capim, diminui os refugos de cocho, porém a disponibilização de feno nos primeiros dias também auxilia.
Maiores cuidados devem ser dispensados às vacas e durante a ronda, observar animais que não se adaptam e não chegam ao cocho, pois eles devem ser retirados e colocados em locais com acesso às pastagens. Animais com experiência anterior no consumo de alimentos concentrados no cocho, têm maior facilidade de adaptação.
Em comparação com animais de raças taurinas, os zebuínos podem apresentar maior tendência ao desenvolvimento de distúrbios metabólicos, como acidose ruminal, quando alimentados com grandes quantidades de carboidratos rapidamente fermentáveis no rúmen presentes nos grãos de cereais e portanto, maiores cuidados devem ser dispensados na adaptação.
Muitos produtores querem uma adaptação curta e têm trabalhos mostrando que em até nove dias o animal pode ser adaptado, mas o mais comum é um período de 14-21 dias. A adaptação é o período que o animal consome a dieta mais barata do confinamento e, portanto, quanto bem-feita, não reduz o ganho de peso e torna o trato mais barato (Tabela 1).
Tabela 1 - Efeitos de períodos de adaptação ao confinamento de 6, 9, 14 e 21 dias para tourinhos Nelore sobre algumas variáveis de desempenho, carcaça e morfometria ruminal (Estevam et al, 2020, citado por Nunez, 2020).
A adaptação em escadas, onde gradativamente a proporção de volumoso na dieta será diminuída e a de concentrado aumentada, facilita o manejo e a operacionalização. Importante que a rotina de trato seja bem executada pois se evita elevadas variações no consumo que podem facilitar acidose e distúrbios nutricionais.
O pré confinamento, fornecimento de dieta parecidas às que se serão fornecidas no confinamento ainda nas pastagens, facilita muito a adaptação ao confinamento e diminui refugo de cocho. Nesse período, se os animais já estiverem nos lotes que serão fechados, se promove uma adaptação mais rápida e diminui incidência de brigas e sodomia.
A adaptação não deve ser curta e sim bem-feita. Cuidados com bem-estar e mudança gradativa da dieta são fundamentais, além de uma rotina constante de trato.