As intensas chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias devem ter reflexos não apenas na economia do estado, mas também nos indicadores nacionais, como o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação.
De acordo com estudos realizados por instituições como a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS-RS) e o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, os impactos podem chegar a 0,2 a 0,3 ponto percentual no PIB brasileiro.
Isso se deve ao fato de que os municípios afetados representam grande parte da atividade econômica do Rio Grande do Sul, principalmente nos setores agrícola e industrial, que possuem peso significativo no PIB nacional.
Para a inflação, o Bradesco estima que o impacto pode ser de até 0,06 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), devido ao aumento de preços de produtos como o arroz, importante componente da cesta de consumo dos brasileiros.
Isso porque o Rio Grande do Sul é o principal produtor nacional de arroz, e os danos causados pelas chuvas à produção devem gerar um choque de oferta, elevando os preços do produto no atacado. A soja, outra commodity relevante, também pode sofrer pressões de alta.
Segundo os estudos, o principal impacto na atividade econômica deve ocorrer em maio, com a expectativa de que grande parte das atividades esteja normalizada em junho, dependendo do ritmo de reconstrução local.
Apesar dos efeitos negativos projetados, os especialistas destacam que a natureza do choque causado pelas enchentes, afetando tanto oferta quanto demanda, pode limitar a pressão sobre os preços no médio prazo.