07/05/2024 às 10h02min - Atualizada em 07/05/2024 às 10h02min

Mercado do boi gordo segue estável, mas pressão de preços deve chegar neste mês

Fabiano Reis - Da redação
foto: reprodução
O principal objetivo do pecuarista brasileiro no momento é conseguir ter negociações em maio, junho e parte do mês de julho com margens. Os cenários climáticos do país mostram um ambiente difícil para o pecuarista, com massa de ar seco castigando o Centro-Sul e impedindo as chuvas de saírem do Rio Grande do Sul, que vive uma tragédia com uma centena de mortos e todas as perdas irreparáveis que há no estado.
 
Para o mercado do gado pronto no Brasil, acredito que a semana atual, quem sabe a próxima, tenhamos os valores ainda estáveis, sem os efeitos de uma oferta maior de animais para abate. O problema é que fica evidente que as escalas da indústria melhoraram, principalmente, em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. A média nacional de dias garantidos de trabalho fabril está em 11 dias.
 
A defesa de preços da arroba, por parte do pecuarista, como tenho escrito em nossa coluna há algum tempo, está baseada em conter a oferta de animais para abate, buscando melhores condições de preços e defendendo a arroba quando as propostas vieram abaixo da referência. Este cenário foi possível graças a chuva e oferta de pastagem, agora bastante ameaçada pela estiagem e calor intenso, que reduz o vigor e capacidade nutricional das plantas.
 
Com um cenário de redução de oferta de forragem, a estratégia de gestão na fazenda passa por um ajuste de lotação de animais, que devem estar em número suportado pela pastagem disponível. Este fator é que deve impulsionar a disposição de um volume maior de animais para abate. O movimento é sazonal e tradicionalmente faz os preços recuarem para a arroba do gado pronto, seguindo o movimento da “sazonalidade” é possível ver uma recuperação iniciar na segunda metade do mês de julho. Também, necessário destacar que no último ano, o momento de maior oferta foi mais tarde, em agosto, quando os preços da arroba do gado pronto tiveram maior declínio.
 
Por fim, como já descrito no texto, acredito que nos próximos dias e na semana que vem devemos ver preços estáveis (a primeira quinzena é marcado por maior consumo interno e, com isso, os estoques de carne bovina recuam) a tragédia no Sul do Brasil pode impactar a produção e oferta de carnes de frango e suínos, ainda não dá para calcular, mas são fatores que devem ajudar na sustentação de preços do boi. Contudo, após este período, devemos ver pressão negativa na arroba.

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