​Clima desafiador e baixa disponibilidade impulsionam preços do arroz no Sul

Chuvas persistentes e avanço da colheita impactam mercado, enquanto exportações sinalizam recuperação

Foto: Divulgação Gov.br

O mercado de arroz no Brasil continua a enfrentar desafios devido às condições climáticas adversas, especialmente nas regiões do Sul do país, onde as chuvas têm impactado as áreas que ainda precisam ser colhidas. O analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, destaca que o fenômeno El Niño está se revelando um dos mais severos já enfrentados pela cultura do arroz, com consequências potencialmente mais graves do que inicialmente previsto.
 
Segundo dados do último levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os trabalhos de colheita de arroz avançaram para 78,7% da área estimada para a temporada 2023/24 no país, até 28 de abril. Comparativamente, na semana anterior, a ceifa estava em 70,6%, enquanto no mesmo período do ano anterior era de 92,4%.
 
No Rio Grande do Sul, estado chave na produção de arroz, as chuvas continuam a limitar o progresso da colheita. Entretanto, a qualidade do arroz colhido se mantém relativamente satisfatória. Em Santa Catarina, os avanços na colheita variam entre as regiões, com o norte praticamente finalizado e o sul ainda com áreas significativas para colher.
 
O último relatório de embarques nos portos brasileiros identificou uma remessa de 25 mil toneladas destinadas à Venezuela para embarque na primeira quinzena de maio, sugerindo uma leve recuperação nas exportações, além da variedade dos quebrados que vinham sendo registradas.
 
Os preços do arroz no Rio Grande do Sul (com 58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerraram o dia 30 de abril cotados a R$ 107,09 por saca de 50 quilos. Isso representou um avanço de 1,07% em relação à semana anterior, uma alta de 5,96% em comparação ao mesmo período do mês anterior e um aumento de 22,04% quando comparado ao mesmo período de 2023.