25/04/2024 às 11h03min - Atualizada em 25/04/2024 às 11h03min

Desafios e expectativas para a COP 30 no Brasil

Fred Almeida
Foto: Reprodução
No cenário internacional de combate às mudanças climáticas, o Brasil está diante de um momento histórico. A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado federal debateu na última terça-feira (23) os preparativos e as expectativas oficiais para a COP 30, a ser realizada na cidade de Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro de 2025. Este evento não é apenas uma reunião entre nações, mas uma oportunidade ímpar de demonstrar comprometimento e liderança na preservação ambiental.
 
A COP 30, que será a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, tem um significado ainda mais profundo ao acontecer em Belém, uma cidade inserida no coração da Floresta Amazônica. Esta região, tão emblemática para o mundo em termos de biodiversidade e equilíbrio ambiental, servirá de palco para discussões vitais sobre a mitigação, adaptação e implementação de medidas para enfrentar a crise climática.
 
O senador Beto Faro (PT-PA), que conduziu a reunião da CMA, destacou os esforços já em curso no estado do Pará e em Belém, elogiando o combate ao desmatamento e o reflorestamento de áreas degradadas. Essas ações locais são vitais, mas o desafio é ainda maior quando olhamos para a dimensão global do problema.
 
Liliam Chagas de Moura, diretora do Departamento de Clima do Ministério de Relações Exteriores, explicou que a COP é o maior fórum internacional sobre mudanças climáticas, reunindo 196 países e centenas de organizações. Os três grandes pilares da conferência - mitigação, adaptação e implementação - mostram a complexidade dos desafios que serão discutidos em Belém.
 
O governo federal brasileiro busca que a COP 30 resulte em decisões transformadoras, especialmente nas áreas de transição energética e diretrizes de adaptação climática. Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, ressaltou que o Brasil está elaborando um novo Plano Nacional de Mudanças do Clima e que todos os países apresentarão suas novas metas climáticas até 2035 durante a conferência.
 
O Brasil é atualmente o sexto maior emissor de gases de efeito estufa, o que coloca uma responsabilidade significativa sobre o país. Ana Toni enfatizou que o Brasil é um dos mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, com consequências diretas na agricultura, geração de energia hidrelétrica e nas populações mais fragilizadas.
 
A COP 30 será um momento para o Brasil se colocar como líder global em soluções climáticas. Para isso, o governo federal está trabalhando em 7 planos de mitigação e redução de emissões e 15 planos de adaptação climática. O desafio é monumental, mas necessário para garantir um futuro sustentável para todos.
 
O secretário extraordinário para a COP 30, Valter Correia da Silva, destacou a importância dos investimentos em infraestrutura e logística para o sucesso do evento em Belém. A cidade está se preparando para receber milhares de participantes, incluindo a possibilidade de hospedagem em navios de cruzeiro.
 
No âmbito estadual, a vice-governadora Hana Ghassan Tuma ressaltou os esforços do governo do Pará na ampliação de leitos disponíveis para hospedagem dos participantes e na capacitação de mão de obra. José Mauro O'de Almeida, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, destacou a importância da COP 30 como a "COP da Floresta", enfatizando a necessidade de combater o desmatamento e alavancar a bioeconomia.
 
Por fim, Cláudio Puty, coordenador municipal da COP 30 em Belém, apresentou os investimentos locais em infraestrutura, saneamento, mobilidade e gestão de resíduos. A cidade está se renovando para ser um exemplo de desenvolvimento sustentável, especialmente considerando as altas taxas de vulnerabilidade social e de favelização na região metropolitana.
 
A COP 30 em Belém não é apenas uma conferência, mas uma oportunidade única para o Brasil e o mundo mostrarem seu comprometimento com o futuro do planeta. O desafio é grande, mas as expectativas são ainda maiores. É hora de ação, de transformação e de mostrar ao mundo que o Brasil está à altura do desafio climático.

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