25/04/2024 às 08h34min - Atualizada em 25/04/2024 às 08h34min

CNA propõe aumento de 30% no Plano Safra e suplementação de R$2,1 bi para seguro

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil solicita recursos adicionais para enfrentar desafios climáticos e pressões econômicas.

- Notícias Agrícolas
Foto: Divulgação

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou ao governo uma proposta ambiciosa para fortalecer o setor agropecuário do país no próximo ciclo agrícola. Em um documento entregue ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a CNA sugere um aumento de mais de 30% nos recursos destinados ao Plano Safra 2024/25, elevando o montante para 570 bilhões de reais.

 

A justificativa da principal entidade do agronegócio brasileiro para esse aumento considerável reside nas perdas enfrentadas na última safra, resultado do fenômeno El Niño, e na persistente pressão sobre os preços das commodities devido ao cenário global de oferta. A CNA alerta para os desafios climáticos, a redução projetada nos preços dos produtos agropecuários e os custos de produção ainda elevados, que comprometem as margens brutas do setor e colocam em risco a viabilidade econômica de muitas atividades agropecuárias.

 

Do total proposto para financiamentos à agricultura empresarial, 359 bilhões de reais seriam alocados para custeio e comercialização, enquanto 111 bilhões seriam direcionados a investimentos. Além disso, a confederação pleiteia 100 bilhões de reais para financiar a agricultura familiar, restabelecendo um orçamento separado para esse segmento.

 

Considerando o contexto de margens estreitas e queda na produção, a CNA busca garantir uma suplementação de 2,1 bilhões de reais em recursos para a subvenção do prêmio do seguro rural em 2024. Essa medida se soma ao orçamento existente de pouco mais de 900 milhões de reais, totalizando aproximadamente 3 bilhões de reais para o programa neste ano. Para 2025, a entidade propõe uma alocação de 4 bilhões de reais em subvenções para o seguro, destacando sua importância para mitigar os riscos inerentes à atividade agropecuária.

 

Além disso, a CNA sugere a redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de financiamento para agricultores que adotam práticas agrícolas sustentáveis, bem como a concessão de um limite extra financiável de 20% nos custeios desses produtores. A entidade defende ainda a priorização de recursos para investimentos, especialmente para pequenos e médios produtores, e medidas que ampliem as fontes de recursos do crédito rural, como a flexibilização das exigibilidades e o avanço do mercado de capitais e títulos privados do agronegócio.

 

Diante dos desafios enfrentados pelo setor agropecuário brasileiro, a proposta da CNA visa fortalecer a resiliência dos produtores e impulsionar o desenvolvimento sustentável do agronegócio nacional.


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