Após meses de espera, medidas de apoio ao setor agrícola foram anunciadas pelo Governo Federal, visando mitigar as perdas decorrentes de intempéries climáticas na safra 2023/24. Contudo, as decisões enfrentam críticas por sua abrangência limitada, deixando de contemplar diversas culturas e regiões do país. O pacote, que autoriza a renegociação de dívidas do crédito rural, direciona seus esforços apenas para determinadas cadeias produtivas, deixando de fora importantes segmentos como o custeio e produtores de frutas e hortaliças, além de não abranger todos os estados.
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) expressou sua preocupação com a seletividade das medidas, apontando que o amparo se restringe a culturas como soja, milho, e bovinocultura, em apenas 16 estados. Guilherme Rios, assessor técnico da CNA, ressaltou que a abordagem deveria ter sido mais abrangente, considerando as dificuldades enfrentadas por diversas atividades produtivas em todo o país.
A limitação das medidas desperta receios sobre o impacto na próxima safra, especialmente diante das ameaças climáticas, como o La Niña, que já começam a se manifestar. Rios alerta para a necessidade de um suporte mais amplo do governo, enfatizando o papel fundamental do agronegócio na economia brasileira.
Enquanto isso, a Aprosoja Brasil expressou insatisfação com a abrangência das medidas, classificando-as como insuficientes para enfrentar os desafios enfrentados pelos produtores de soja e milho. O setor soja + milho encerrou a última safra com prejuízos significativos, ressaltando a urgência de medidas mais abrangentes para garantir a sustentabilidade do setor agrícola brasileiro.