03/04/2024 às 08h10min - Atualizada em 03/04/2024 às 08h10min

Mais arrobas com processamento do milho

João Menezes
Créditos: Doc Player
O milho é o ingrediente usado em maior quantidade na dieta de bovinos e o processamento torna o amido mais acessível as bactérias do rúmen e facilitam sua digestão e aproveitamento. Para o melhor utilização desse alimento, existem várias estratégias de processamento e a mais comum é a moagem, mas cada vez mais o milho grão úmido ou reidratado tem ganhado espaço. A floculação também é eficiente, mas envolve equipamentos caros.

O milho é um alimento energético e 72% de sua composição é o amido, que se encontra no endosperma do grão. A digestão no ruminante ocorre no rúmen, intestino delgado e grosso. Quanto melhor o aproveitamento do milho, ou seja, quanto maior a sua digestão, menos amido encontraremos nas fezes onde essa quantidade pode variar de 1-26%.

A presença da matriz proteica nos grãos de milho prejudica o acesso das bactérias e enzimas diminuindo a digestibilidade. Normalmente essa matriz proteica dificulta mais a digestibilidade do amido no sorgo que no milho. Cevada trigo, aveia e mandioca têm o amido é mais acessível. O milho duro, mais comum no Brasil, tem maior dificuldade de acesso ao amido que o milho dentado, mais comum nos Estados Unidos. Isso se deve à vitreosidade presente no milho duro.

O processamento do milho melhora o aproveitamento desse alimento e este pode ser mecânico, por temperatura ou umidade ou a combinação desses métodos. O método mais comum, a moagem aumenta a superfície de contato aumentando o acesso aos grânulos de amido. O processamento úmido engloba a ensilagem e a floculação de grãos que são mais eficientes, mas todo processamento melhora o aproveitamento do milho (Tabela 1).

Tabela 1 – Digestão e características de milho processado (Santos, 2013).



A silagem de grão úmido de milho tem sido utilizada para solucionar os problemas de armazenamento de matérias-primas nas propriedades rurais, melhorando tanto o valor nutricional deste alimento quanto o grau de contaminação das dietas dos animais. A contaminação de alimentos com fungos e a produção de micotoxinas causam perdas econômicas bastante significativas, além de representarem riscos à saúde animal e humana.

A ensilagem de grãos consiste em ensilar o material com 28 a 35% de umidade ou reidratar o milho até essa umidade e ensilar o material. Durante a ensilagem, os ácidos orgânicos e as enzimas proteolíticas solubilizam a matriz proteica favorecendo a degradação do amido. A qualidade do processamento, teor de umidade, tempo de ensilagem e tamanho de partículas influenciam a digestão do amido.

O processamento dos grãos de cereais melhora a eficiência de digestão do amido, tanto no rúmen quanto no intestino. O milho também pode ser floculado, mas esta operação exige equipamentos caros pouco utilizados no Brasil. A floculação dos grãos de milho aumenta em 15% o teor de energia líquida de manutenção e, em 18%, o teor de energia líquida para ganho de peso, se comparada com a moagem grosseira ou laminação.

A floculação do milho e a ensilagem de grãos úmidos de milho melhoraram a eficiência alimentar de bovinos em terminação em 9,7 e 8,4% respectivamente, em relação à laminação ou à moagem grosseira.

O milho é uma fonte de energia muito utilizada para bovinos e o processamento torna seu aproveitamento melhor.

 
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