27/03/2024 às 09h36min - Atualizada em 27/03/2024 às 09h36min

Mais arrobas com ajuste na taxa de lotação

João Menezes
Foto: Reprodução
Uma dificuldade do manejo de pastagens é o ajuste da taxa de lotação, pois o acúmulo de massa do capim varia conforme as condições de clima e época do ano, enquanto o número de animais depende do ciclo de cria, recria e engorda. Mesmo quando as condições climáticas são favoráveis, há períodos de escassez e excesso de animais na propriedade.
 
As piores condições ocorrem quando o número de animais é excessivo, ou por aumento do rebanho, ou porque condições climáticas desfavoráveis. Quando isso ocorre, as pastagens são super pastejadas e a planta pode debilitar, comprometer o sistema radicular e a pastagem entrar em degradação.
 
Existem muitas estratégias para ajustar a taxa de lotação, mas um primeiro passo é a diversificação de forrageiras para fazer os ajustes necessários. Existem forrageiras mais produtivas, como os panicuns que suportam altas taxas de lotação nas águas, mas não toleram erros de manejo. Há as B. decumbens e B humidicula (comum e llanero-dictyoneura) que aceitam erros de manejo, mas são de menor valor nutritivo e temos as brizanthas como as Marandu e Piatã e outras que podem ser reservadas para a seca (pastejo diferido). Importante combinar as vantagens de cada forrageira para ir ajustando a taxa de lotação da propriedade de acordo com as condições de uso.
 
Tecnologias de intensificação como adubação nas águas e suplementação volumosa na seca facilitam o ajuste das taxas de lotação, porém exigem melhor conhecimento técnico, maiores investimentos e gastos operacionais. Quando essas tecnologias estão disponíveis na propriedade, os ajustes são mais fáceis e evitam taxas de lotação excessiva nas pastagens.
 
A suplementação concentrada e o confinamento também são mecanismos de ajuste da taxa de lotação. Quando o animal consome concentrados, ele substitui parte do consumo da pastagem facilitando os ajustes das taxas de lotação, bem como o confinamento que permite a engorda de animais que podem ser retirados da propriedade para o abate sobrando mais pastagens para as demais categorias.
 
O ajuste das taxas de lotação, quando feitos de maneira adequada, maximizam os ganhos por área sem prejudicar o desempenho individual dos animais (Figura 1). O ajuste da oferta de forragem (kg de MS de forragem / kg de peso vivo) é um bom indicativo de que a taxa de lotação está adequada. O monitoramento da oferta pode ser feito por avaliação direta, medindo a quantidade de forragem que há em cada pastagem ou por sensoriamento com drones ou satélites.


Figura 1 - Ganho/animal e ganho/ha numa pastagem de Brachiaria brizantha submetida a quatro níveis de oferta, em pastoreio contínuo, no período de novembro/2003 a junho/2004. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS.

 A pastagem é a forma mais econômica de produzir carne e maximizar o seu uso é importante para melhorar a rentabilidade, preservar e aumentar a longevidade das pastagens. Planejar a ocupação da propriedade no longo prazo, organizar os ajustes anuais e monitorar rotineiramente a taxa de lotação permitem explorar melhor a propriedade e aumentar a rentabilidade.

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