A Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável e a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura apresentaram oficialmente, em reunião presencial realizada em Brasília, terça-feira, 19 de março, a proposta para uma política pública nacional e individual de rastreabilidade bovina ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), acompanhados por associados e parceiros.
O objetivo da proposta é assegurar a rastreabilidade e a vigilância de 100% dos animais abatidos, assim como estabelecer critérios sanitários e socioambientais. Isso envolve fornecer informações sobre o tempo de permanência e o local de produção de cada animal ao longo de seu ciclo de vida, desde o nascimento e/ou desmama até o momento do abate.
O MAPA foi representado por Carlos Goulart, Secretário de Defesa Agropecuária (SDA), e Pedro Alves Correa Neto, Secretário Adjunto de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI), juntamente com Andrea Fernandes Nunes, chefe da divisão de protocolos privados e certificações de terceira parte, e Bruno de Oliveira Cotta, coordenador geral de trânsito, quarentena e certificação animal, ambos da SDA, além de Bruno Meireles Leite, coordenador geral de produção animal, e Clecivaldo de Sousa Ribeiro, diretor de desenvolvimento de cadeias produtivas e indicações geográficas, ambos da SDI.
Essa entrega representa um avanço significativo em prol da pecuária sustentável no Brasil. A rastreabilidade individual emerge como peça central no controle sanitário e socioambiental do setor, consolidando-se como uma ferramenta essencial para impulsionar a transparência e a responsabilidade na produção pecuária.
“Nossa intenção é apoiar as iniciativas do MAPA no caminho da implementação da rastreabilidade em todo o rebanho brasileiro, desmistificando as barreiras impostas e apresentando formas de juntos viabilizar a implantação de forma mais democrática e fácil acesso aos produtores,” comentou João Schimansky Netto, presidente da Mesa Brasileira.
“Rastreabilidade tornou-se um imperativo tanto do ponto de vista de mercado, como uma ferramenta fundamental para garantir a valorização de uma produção sustentável na agropecuária brasileira. A Força-tarefa Rastreabilidade e Transparência da Coalizão tem atuado para não só identificar gargalos, mas congregar esforços na busca de soluções. Por isso, faz todo o sentido apoiar uma proposta saída de um coletivo como a Mesa Brasileira e com tanta sinergia com os objetivos que pretendemos”, avalia Fernando Sampaio, cofacilitador da Coalizão Brasil.
O documento apresenta as exigências da rastreabilidade com base na perspectiva de todos os componentes da cadeia de valor da pecuária brasileira, incluindo indústrias, instituições financeiras, empresas de insumos e serviços, produtores rurais, sociedade civil, varejo e restaurantes. “Apresentamos ideias de consenso na operação e seus gargalos a partir da visão de quem executa as regras da rastreabilidade e fomentamos um ambiente entre cadeia de valor da pecuária e MAPA para colaboração e entendimentos das dores do processo de ambos os lados”, completou Aécio Flores, coordenador do GT de Rastreabilidade.
Elaborada em 2023, a proposta resultou de uma ampla colaboração setorial, liderada pela Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável e respaldada pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. Englobou diversas entidades envolvidas na promoção da rastreabilidade, tais como: Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Associação das Certificadoras por Auditoria e Rastreabilidade (ABCAR), Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Boi na Linha – Imaflora, Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Grupo de Trabalho de Fornecedores Indiretos (GTFI), Proforest, Tropical Forest Alliance (TFA), The Nature Conservancy (TNC), além das organizações afiliadas a cada uma dessas entidades.