12/03/2024 às 09h31min - Atualizada em 12/03/2024 às 09h31min

Abates de fêmeas seguem elevados e já preocupa oferta de bezerros em 2025

Fabiano Reis
Foto: Pixabay
Era natural esperar por uma redução no abate de fêmeas em 2024, fechamento de ciclo, saindo de um momento mais intenso que teve pico no último ano, chegando a rasar no mês de agosto de 2023 com os piores preços do ano. A expectativa é que a redução, de fato, venha, mas o que se viu nos dois primeiros meses do ano e, mesmo agora em março, uma aceleração na participação de fêmeas.
 
Nesta segunda-feira, dia 11 de março, ao receber o relatório semanal do IMEA – Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, fiquei impressionado com o volume e participação de fêmeas nos abates de Mato Grosso em fevereiro. Foram 324,99 mil fêmeas abatidas de um total de 579,52 mil cabeças bovinas. Uma representação expressiva de 56,08% do total. As matrizes estão sendo abatidas e outro número vindo do MT comprova o cenário no qual o número de fêmeas em idade reprodutiva em 2023 (acima de 24 meses), chegou ao menor coeficiente da história, 62,88% do total entre vacas e novilhas.
 
A lógica é clara: haverá, evidentemente, uma quantidade menor de bezerros desmamados em 2025. Em 2023, os dados da média nacional mostram que a participação de fêmeas nos abates totais do Brasil foram de 44%, 4,6 ponto porcentual mais alto se comparado ao ano de 2022.
 
O que tem causado tamanho impacto são os preços do bezerro, boi magro e boi gordo. Um analista de mercado de grãos, que entrevisto regularmente, sempre diz que a cura para preço baixo é o próprio preço baixo. E no caso dos bovinos, a linha de tendência é oferta bem mais contida de oferta de animais prontos em 2025 e, consequentemente, valores que podem disparar em todas as categorias de bovinos.
 
Para encerrar, o ritmo das exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada  segue muito interessante para a indústria frigorífica exportadora e fechou a segunda semana de março em 50,6 mil toneladas. O volume diária é de 8,4 mil toneladas, alta de 56% se comparado ao ano passado, no mesmo período. O preço médio está em US$ 4,501 mil por tonelada, queda de 6,40% no comparativo sazonal. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior.

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