Fevereiro foi marcado por uma queda nos contratos futuros da soja em Chicago, refletindo os desafios climáticos e um cenário desfavorável. No entanto, apesar da pressão externa, os preços da soja no Brasil não acompanharam essa queda na mesma proporção.
Durante o mês, os produtores seguraram a oferta diante da necessidade dos compradores, conseguindo negociar melhores preços nos períodos de pico. Por outro lado, os vendedores parecem ter se conformado com os preços praticados, o que impulsionou a comercialização.
Variação dos preços da soja no Brasil
Passo Fundo (RS): de R$ 120 para R$ 114,00
Cascavel (PR): de R$ 107 para R$ 108
Rondonópolis (MT): de R$ 103,50 para R$ 105
Porto de Paranaguá: de R$ 117 para R$ 116
Os prêmios de exportação permanecem negativos, mas houve uma melhora diante da presença, ainda que pontual, da China como compradora. A atividade nos portos também teve um aumento para embarques entre abril e junho.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em maio apresentaram uma desvalorização acumulada de 7,5%, fechando fevereiro a US$ 11,40 3/4 por bushel. Apesar de alguns movimentos de correção técnica, o balanço foi extremamente negativo, refletindo a pressão do cenário fundamental.
Projeção da safra
A safra brasileira foi afetada por problemas climáticos, resultando em uma estimativa reduzida de 149 milhões de toneladas, conforme Safras & Mercado. Essa cifra contrasta com as indicações iniciais que apontavam para mais de 160 milhões de toneladas.
Enquanto isso, a produção argentina se recuperou no atual ciclo, com expectativa de entrada de mais de 50 milhões de toneladas no mercado, em comparação com as 20 milhões de toneladas colhidas no ano anterior.
Em um cenário global, a demanda nos Estados Unidos está diminuindo, enquanto as projeções para a temporada 2024 indicam aumento na área plantada, na produção e nos estoques, mantendo a oferta global elevada.