31/01/2024 às 09h09min - Atualizada em 31/01/2024 às 09h09min

Mais arrobas com pré-confinamento

João Menezes
Foto: Sérgio Raposo / Embrapa Pecuária Sudeste
Muitos confinadores têm utilizado um período de pré-confinamento antes de colocar os animais no confinamento. Nessa prática, após a chegada dos animais ao local do confinamento, estes são colocados em piquetes com boa pastagem e fornecimento de ração parecida com a do confinamento. O animal passa por um período de aclimatação, diminuição do estresse da viagem, adaptando a novos lotes e à nova alimentação. Quando finalmente são fechados nas baias do confinamento, já estão adaptados e acostumados ao cocho, aos animais do lote e têm menores problemas de rejeição de cocho, há melhora do consumo e adaptação à dieta final do confinamento.

A adaptação pode ser definida como a capacidade de um animal ajustar-se a uma determinada situação ou ambiente. Os bovinos são herbívoros pastadores, portanto estão adaptados a viver em condições típicas dos ambientes de pastagens e, por conta disto, podem enfrentar dificuldades quando mantidos em ambiente de confinamento. Para evitar este problema é necessário realizar o planejamento e a condução das rotinas de manejo, levando-se em conta as situações que aumentam o risco de estresse e de falhas de adaptação dos bovinos ao confinamento.
 
O transporte é uma importante fonte de estresse para os bovinos, principalmente em viagens longas, quando eles chegam ao local de desembarque cansados e desidratados. Se deve evitar fazer o processamento dos bovinos logo após o desembarque. Se deve proporcionar um tempo para que se recuperem do estresse da viagem, instalando-os provisoriamente em um piquete (com forragem de boa qualidade). Existem produtos que melhoram a reidratação e estes podem ser fornecidos após o desembarque com bons resultados.
 
A realização do pré-confinamento (Figura 1), com a colocação do animal em piquetes, com boa oferta de pastagem, permite ao animal em condições mais próximas àquelas que ele estava acostumado. Quando deixamos esses animais por um período de duas a três semanas e fornecemos ração no cocho semelhante à fornecida no confinamento, facilita a adaptação dos animais à movimentação de pessoas, tratores e à dieta. Esse manejo também facilita o protocolo sanitário pois animais estressados têm menor resposta imunitária à aplicação de vacinas.
 
A utilização do pré-confinamento exige planejamento e disponibilidade de área. A rejeição de cocho por animais diminui e a identificação de animais debilitados ou com problemas é facilitada e estes animais são tratados antes de serem fechados nas baias. Quando possível, é importante que a área dos piquetes seja próxima do confinamento para evitar maior trânsito de máquinas e demoras nos tratos, além de maiores dificuldades operacionais.


Figura esquemática do pré-confinamento (educapoint.com.br).

Os animais, no pré-confinamento, devem ser monitorados diariamente para identificação de animais doentes ou com problemas. Durante a ronda, os colaboradores observam os animais e identificam os animais problemas e com calma curam e realizam os cuidados necessários e se for o caso, podem até separar e retirar do lote animais que não desempenhariam satisfatoriamente em confinamento.

O pré-confinamento facilita a adaptação dos animais ao confinamento, melhora a eficiência do protocolo sanitário e evita a entrada de animais com problemas no confinamento.

 

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