24/01/2024 às 09h20min - Atualizada em 24/01/2024 às 09h20min

Mais arrobas evitando degradação das pastagens

João Menezes
Foto: Reprodução
As pastagens quando mal manejadas, sem manutenção e melhora da fertilidade do solo, sem controle de plantas daninhas, pragas e doenças vão perdendo produtividade e entram em degradação sendo substituídas por plantas invasoras sejam elas brotos de cerrado, juquira ou gramão e cada vez mais perdem a capacidade de suporte. Estas devem ser monitoradas e ações, tais como calagem e adubação, manejo correto e controle de plantas indesejáveis, pragas e doenças devem ser empregadas para torná-las perenes.
 
As pastagens recém-formadas são eficientes e produtivas, com bom acúmulo de forragem e excelente taxa de lotação. Com o tempo a produtividade cai, as plantas indesejáveis aumentam na área e a porcentagem de cobertura do solo pela forrageira vai diminuindo e chega um ponto que a produção é tão baixa que o produtor tem que renovar aquela pastagem.
 
As pastagens são perenes e quando o manejo é correto, a fertilidade é bem trabalhada e os controles são adequadamente feitos, a produtividade sobe ao longo dos anos em vez de cair, portanto podemos dizer que a degradação de pastagens são consequências de uma condução inadequada da área e não a causa de um processo natural de perda de produtividade das pastagens. A degradação inclusive se acentua em anos mais secos onde o ajuste da taxa de lotação é menos efetivo.
 
Um diagnóstico do estado atual da pastagem e da causa da degradação é o primeiro passo para descobrir o principal problema daquela pastagem e agir de forma pontual e eficiente na melhoria da produtividade (Figura 1). Existem metodologias de avaliação que vão desde avaliação da fertilidade, massa de raízes, presença de invasoras e porcentagem de cobertura do solo pela forrageira. A partir da definição do problema, podem se efetuar ações pontuais recuperando de forma mais econômica e eficiente cada pasto da propriedade.
 
A partir do diagnóstico, a ação seguinte é o planejamento das prioridades e ações a serem tomadas. Dentro de um orçamento estabelecido, planejar as ações a serem feitas em cada pastagem visando evitar, quando ainda é possível, sua degradação. Pastagens com problema de manejo são as mais fáceis de serem corrigidas, pois apenas com melhor divisão das pastagens, melhor localização das aguadas e saleiros, ajustes na altura de manejo e taxa de lotação se consegue ajustar o seu uso. Hoje existem aplicativos muito úteis que auxiliam a monitorar o manejo.
 
A recuperação da fertilidade do solo é a ação que envolve maiores investimentos, porém é menos dispendioso aplicar calcário e adubo em uma pastagem do que todas as despesas de preparo de solo, sementes e insumos gastos na renovação de uma pastagem. A parceria com a agricultura tem sido uma boa estratégia para recuperação da fertilidade do solo a custos reduzidos.



Figura 1. Caracterização de níveis de degradação de pastagens (Dias-Filho, 2017).

O controle de plantas invasoras conta com vários métodos mecânicos e o químico. A combinação dos diferentes métodos é a melhor estratégia, pois combina métodos rápidos e baratos, como a passagem do trilho e link, com métodos mais eficientes, porém que exigem maiores investimentos como o desbrotador e controle químico. O controle de pragas e doenças deve ser preferencialmente através de plantas resistentes ou tolerantes, porém há situações que o controle químico ou biológico se faz necessário.
 
A degradação de pastagens não é um processo natural e sim consequência do seu mal uso e pode ser evitada com a condução correta do processo de manutenção da produtividade de forrageiras.

 
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