10/01/2024 às 09h39min - Atualizada em 10/01/2024 às 09h39min

Mais arrobas monitorando a qualidade das pastagens

João Menezes
Foto: Reprodução
O desempenho de bovinos em pastagens depende da quantidade e da qualidade da forragem disponível. A idade de rebrota, a oportunidade de seleção e a composição da forragem são fundamentais para a maior ingestão de nutrientes e melhor resultado animal. O monitoramento da qualidade da forragem, através de análises, pode ser um bom indicador de seu valor nutricional, mas a demora nos resultados e a dificuldade de amostragem podem ser superados com o uso de modelos preditores da qualidade da forragem.
 
Pastagens com melhor digestibilidade, maior quantidade de folhas e menor proporção de hastes sempre oferecerão um alimento de melhor qualidade aos animais. Quando a planta naturalmente apresenta elevado valor nutritivo, ela normalmente proverá forragem de boa qualidade e isso resultará em elevados desempenhos quando o animal tem acesso a esse melhor alimento.
 
Quando a forragem é de boa qualidade, mas a oferta é muito baixa, inferior ao consumo potencial do animal, o desempenho cai porque o bovino não consegue ingerir o suficiente para atender suas necessidades para elevado desempenho. Além disso, quando a disponibilidade de forragem é pequena, o animal tem menor oportunidade de seleção e acaba ingerindo forragem de valor nutricional inferior, com menos folhas e mais hastes.
 
Existem casos que a forragem é de boa qualidade, mas por desconhecimento do manejo adequado, os animais são colocados na área depois que a forragem passou do ponto ideal. O valor nutritivo diminui com o passar dos dias e a planta muda sua composição diminuindo a proporção de folhas e aumentando hastes e material morto. Ou seja, existem situações que é produzido forragem de bom valor nutritivo, mas por dificuldades de aproveitamento no momento adequado, ela perde qualidade e os animais têm à sua disposição um alimento de pior qualidade (Figura 1).


Figura 1 - Acúmulo dos componentes morfológicos dos cinco cultivares de Brachiaria durante - o experimento (verão dos ciclos 1 a 7 e inverno dos ciclos 8 a 11) (Lara, 2007).

A amostragem da forragem e sua análise é a melhor maneira de identificar sua composição e valor nutritivo, porém a dificuldade de operacionalização, os custos das análises, o tempo para os resultados ficarem prontos e a grande variação entre as diferentes pastagens inviabiliza o monitoramento da qualidade das pastagens. Uma das estratégias que podem ser usadas é o emprego de modelos que predizem a qualidade das forragens.
 
Uma das formas mais práticas de se minimizar os riscos no processo de tomada de decisão é a realização de um planejamento prévio, com o emprego de projeções e simulações, que possibilitam testar o desempenho de um determinado processo ou sistema quando uma estratégia decisória hipotética é tomada, aferindo seus possíveis resultados. A adoção de modelos no setor agropecuário tende a ser cada vez maior, com conceitos e ferramentas de simulação se mostrando gradativamente mais sólidos e confiáveis, fazendo com que a aplicação de diferentes tipos de modelos para suporte à tomada de decisões na pesquisa ou em propriedades rurais esteja em ascensão. A partir de experimentos de acompanhamento do desenvolvimento e acúmulo de forragem se pode desenvolver modelos de massa, composição e qualidade da forragem.
 
O monitoramento da qualidade das forragens oferecidas aos animais pode ser facilitado com o uso de modelos que predizem o acúmulo de massa de forragem, sua composição e valor nutritivo.

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