09/01/2024 às 09h40min - Atualizada em 09/01/2024 às 09h40min

Expectativa de elevação de consumo de carne bovina em 2024 no Brasil

Fabiano Reis
Foto: Reprodução
A pecuária bovina de corte começou mesmo o ano de 2024 na última segunda-feira, dia 8 de janeiro, com a retomada de ritmo nos negócios, final de férias ou recessos e maior inserção de recursos financeiros no mercado. A expectativa em torno dos preços em janeiro não muda, devemos ter um mês de estabilidade no Brasil. A semana começou com uma estimativa interessante de uma importante consultoria, que confirmou nossa coluna da semana passada, quando afirmamos a perspectiva de aumento de demanda interna, resultado da melhora na economia nacional – com o crescimento do PIB, redução do endividamento dos brasileiros e controle da inflação, os dados são da S&P.
 
Um aspecto importante no cenário nacional brasileiro de oferta de animais prontos para o abate é que muitos estados produtores têm dificuldade de pastagem ou, pelo menos, parte relevante das localidades. O fator é resultado da estiagem que castigou lavouras de soja, pastos e outras culturas. Elemento relevante, é após a estiagem ainda existir nestas localidades regime de chuvas irregular, o que não permite um maior volume de oferta de animais no Brasil. Em linhas gerais, a média de escala da indústria frigorífica brasileira começou a semana com sete dias de abates contratados.
 
Dado relevante para a pecuária bovina de corte foi revelado pela Secretaria de Comércio Exterior, Secex, que trouxe o fechamento das exportações de carne bovina em 2023 com embarques de 2.006.444 toneladas de carne bovina. Trata-se do maior volume da história, com alta de 0,8% frente ao volume exportado em 2022. O principal destino foi a China com 1.196.152 toneladas, participação de 59,6% do total, mas um recuo de 3,4% frente ao ano de 2022. Em sequência, os principais destinos foram o Chile com 99.266 toneladas, os Estados Unidos com 97.717 toneladas e Emirados Árabes com 75.137 toneladas.
 
Apesar do volume da tonelada embarcada pela indústria frigorífica exportadora ter alta geral de 0,8%, o valor da tonelada da carne bovina recuou 20,1% em 2023, frente ao ano anterior, ficando em US$ 4.734,9. A receita total com embarques caiu 23,95% ficando em US$ 10.455 bilhões. O cenário foi mostrado a cada mês no último ano, valores mais baixos pela tonelada quando comparado a anos recentes. O principal peso para a queda, foram as repactuações com a China que reduziram o ágio da carne bovina, com posterior pressão de preços.
 
Para a semana devemos ver firmeza para o boi gordo, a indústria deve buscar reposições de escala, mas sem agressividade.


 
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