USDA reduz projeção da safra de soja 2023/24 do Brasil; recorde de produção é ameaçado

Estimativa indica impacto do fenômeno El Niño e pressões climáticas nos rendimentos da oleaginosa; projeções de exportação permanecem desafiadoras

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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reajustou para baixo sua estimativa da safra de soja brasileira para o período 2023/24, fixando-a em 158,5 milhões de toneladas. Tal projeção indica uma queda de 2,16% em relação à anterior, baixa atribuída às perspectivas climáticas desfavoráveis ocasionadas pelo fenômeno El Niño, especialmente nos estados do Centro-Oeste.

Apesar da redução, o número ainda representa um aumento de 2,26% em comparação ao volume colhido na temporada anterior de 2022/23, que foi de 155 milhões de toneladas. Segundo o relatório do USDA, os rendimentos da soja permanecem altos em várias áreas produtoras, contrabalançando parcialmente os desafios climáticos.

O USDA também revisou para baixo a projeção da área plantada com a oleaginosa, passando de 45,4 para 45,2 milhões de hectares. Apesar dessa leve diminuição, se confirmada, representará a maior área já dedicada ao cultivo de soja. Para o ciclo passado, a estimativa foi de 44 milhões de hectares. A previsão de rendimentos para a safra 2023/24 é de 3.507 kg/ha (58,4 sacas), um valor menor que o do ano anterior, mas que permanece 5% acima da média histórica das últimas cinco temporadas.

Quanto à exportação de soja, o USDA aponta para uma manutenção dos níveis recordes, mesmo diante das perspectivas desafiadoras para a produção em 2023/24. A agência revisou ligeiramente para baixo a projeção de embarques para a temporada, agora estimada em 100 milhões de toneladas, devido à colheita reduzida e à crescente demanda interna por produtos oleaginosos.

No entanto, a expectativa de uma desvalorização do real em relação ao dólar pode manter a soja brasileira competitiva ao longo de 2024, mantendo um desempenho de exportação semelhante ao do período 2022/23. A produção de farelo está estimada em 42 milhões de toneladas, enquanto a de óleo de soja deve atingir 11 milhões de toneladas, conforme os dados do relatório do USDA.