21/12/2023 às 09h28min - Atualizada em 21/12/2023 às 09h28min

Mato Grosso sofre profunda adversidade na produção de soja, afetando projeções nacionais

Relatório do Itaú BBA revela redução drástica nas estimativas e sinaliza impacto no mercado global de oleaginosas

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Divulgação Site / Frente Parlamentar da Agropecuária
O estado de Mato Grosso enfrenta um cenário desafiador com a previsão da maior quebra de safra de soja da história, conforme indicado pelo relatório Radar Agro do Itaú BBA, divulgado nesta quarta-feira (20). Fatores climáticos adversos, incluindo irregularidades nas chuvas e altas temperaturas desde o início da safra, estão no cerne dessa crise agrícola, levando a uma revisão drástica das estimativas não apenas para o estado, mas para todo o país.

As expectativas iniciais, impulsionadas por previsões otimistas de chuvas mais abundantes para o mês de dezembro, não se concretizaram. Os mapas de precipitação indicam uma melhora relativa na segunda metade do mês, porém, com acumulados abaixo da média para Mato Grosso.

Segundo o relatório do Itaú BBA, diante deste contexto, a produtividade das lavouras mato-grossenses é prevista com quebra em torno de 20%  om relação ao potencial, resultando em uma safra projetada inferior a 40 milhões de toneladas para o estado. Com essa revisão, a safra brasileira agora é estimada em 153 milhões de toneladas, descartando a possibilidade de um ciclo recorde para a soja em 2023/24.

O relatório destaca que, historicamente, a maior quebra de safra em Mato Grosso foi de aproximadamente 11% na safra 1989/90, tornando este ano o pior da história para a oleaginosa no estado.

No que diz respeito ao balanço interno de oferta e demanda, o relatório projeta uma produção total de 153 milhões de toneladas, com uma disponibilidade para exportação entre 95 e 96 milhões de toneladas, mantendo o equilíbrio próximo aos níveis observados na safra anterior.

Entretanto, apesar do cenário interno, o relatório indica um crescimento significativo no consumo global de soja para 2023/24 (+5%), impactando diretamente os preços no próximo ano.

As repercussões dessa quebra de safra já são evidentes, com a valorização dos prêmios de exportação e dos basis no mercado interno. O atraso no plantio na região do Matopiba e a dependência das chuvas em janeiro também afetarão a velocidade das vendas de soja no Brasil.

O relatório do Itaú BBA projeta um ano desafiador para o mercado de oleaginosas, não apenas no Brasil, mas globalmente, sugerindo um período de volatilidade e ajustes diante das adversidades enfrentadas na safra de soja.

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