No último mês, o mercado suíno exibiu movimentações significativas, com altas mensais pontuais impulsionadas pela demanda sazonal e desafios persistentes com insumos. A análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) demonstra um cenário de aumento nos preços do suíno vivo no mercado independente em diversas praças, contrastando, no entanto, com quedas anuais. Este panorama, somado aos números crescentes das exportações e às flutuações nos preços de insumos essenciais, revela um mês de desafios e oportunidades para os suinocultores brasileiros.
De acordo com o acompanhamento do Cepea, as cotações do suíno vivo, analisadas de outubro para novembro, exibiram uma tendência de alta na maioria das praças monitoradas. Esse movimento mensal foi impulsionado pela busca crescente por carne suína, especialmente para suprir a demanda de fim de ano. Contudo, ao comparar os dados de novembro de 2023 com o mesmo período do ano anterior, observa-se uma queda real nas médias de preços.
O mercado de exportações de carne suína brasileira retomou forças em novembro. Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam um aumento significativo nos embarques, totalizando 104,7 mil toneladas. Esse número representa um crescimento de 13,8% em relação a outubro e um acréscimo de 14% se comparado ao mesmo período do ano passado. A média diária de embarques alcançou 4,6 mil toneladas ao longo do mês, apresentando avanços tanto na comparação mensal quanto anual.
Entretanto, os desafios não se limitam apenas ao mercado externo. A relação de troca entre os suinocultores paulistas e os insumos essenciais como milho e farelo de soja tornou-se desfavorável. Apesar de pequenas altas no preço do suíno vivo durante a segunda quinzena de novembro, as desvalorizações iniciais no mês limitaram ganhos mais expressivos. Além disso, os preços desses componentes essenciais para a alimentação dos suínos aumentaram de forma mais intensa, impactando o poder de compra dos produtores.
O panorama das carnes concorrentes também influenciou o mercado suíno. Enquanto a carne suína registrou um tímido avanço de preço de outubro para novembro, a carne de frango apresentou um crescimento um pouco mais acentuado. Este cenário aumentou a competitividade da carne suína em relação à avícola. Por outro lado, a carne bovina viu uma desvalorização no mesmo período, resultando em uma leve queda na competitividade da proteína suína frente a esse concorrente significativo.
