O mercado do arroz no Rio Grande do Sul tem sido marcado por um cenário de valorização contínua, atingindo novos recordes nominais, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) desde 2005. O Indicador CEPEA/IRGA-RS, que considera 58% de grãos inteiros e pagamento à vista, iniciou a semana cotado a R$ 127,38 por saca de 50 kg, apresentando uma valorização acumulada de 6% nos primeiros 11 dias de dezembro.
Essa ascensão expressiva nos preços é impulsionada pela conjunção entre uma oferta menor e uma demanda sólida. De acordo com informações da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgadas recentemente, a produção brasileira de arroz para a safra 2022/23, no período de janeiro a dezembro de 2023, foi estimada em 10 milhões de toneladas, representando uma redução de 7% em comparação com a temporada anterior.
O cenário de menor produção soma-se a um estoque inicial de 2,3 milhões de toneladas e à importação de 1,4 milhão de toneladas, resultando em um suprimento total de 13,74 milhões de toneladas. Com um consumo estimado em 10,25 milhões de toneladas e uma projeção de exportação de 1,8 milhão de toneladas, os estoques finais para o período devem se estabilizar em aproximadamente 1,7 milhão de toneladas.
Chama a atenção o fato de que, no acumulado até novembro de 2023, as importações brasileiras de arroz em base casca alcançaram um volume de 1,33 milhão de toneladas, marcando o maior volume anual das últimas duas décadas, conforme registros da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
O contexto atual do mercado arrozeiro evidencia a sensibilidade do setor diante das oscilações na oferta e demanda. A valorização expressiva dos preços do arroz no Rio Grande do Sul reforça a importância de um monitoramento constante do mercado e a adoção de estratégias adaptativas pelos agentes envolvidos na cadeia produtiva deste importante cereal.