A arroba do boi gordo tem se mantido com muito estabilidade durante o mês de dezembro e os fundamentos não aparentam apresentar cenários de recuos. Boa parte dessa afirmação está baseada em um conceito defendido há várias semanas, no qual a demanda segue aquecida no Brasil, em viés de alta, mercado atacadista de carne bovina com elevação nos preços praticados, oferta de gado para abate muito limitada e a indústria frigorífica comprando animais a conta-gotas, limitando os preços.
Apesar das chuvas mais intensas em alguns estados do Centro-sul do Brasil, como Mato Grosso do Sul, parte de Mato Grosso, São Paulo e algumas regiões de Minas Gerais, ainda está longe de haver oferta mais robusta de animais a pasto no Brasil e, ainda que tenham alguns lotes de gado de confinamento para entrada em escala (acredita ser um volume bem limitado), não têm força para mudar a dinâmica de mercado. Contudo, o setor industrial tem conseguido atuar administrando novas compras de animais e os contratos de bois a termo neste final de ano.
É possível fazer uma outra reflexão deste momento que o cenário climático proporcionou a todo setor agropecuário, aqui claro, mais focada na pecuária bovina de corte: neste momento, com apresentação ainda de escassez de animais a pasto para a atividade fabril, temos, como consequência, animais prontos (não necessariamente com custo maior) mas mais raros. O que é “raro” tem mais valor no mercado.
As escalas de abate “engrossaram” em alguns estados brasileiros, chegando a 21 dias em Mato Grosso e 15 dias em Mato Grosso do Sul. O valor médio da arroba tem sido negociado em R$ 209,90 e R$ 229,00, respectivamente. O “boi China” é negociado em R$ 220,00 no MT e R$ 240 em MS. O Estado de São Paulo, referência nacional, tem a escala em 14 dias, com arroba média em R$ 244, “Boi China tem sido negociado próximo a R$ 250,00 por arroba.
Outro destaque relevante no mercado é Minas Gerais que conta com seis dias de escala de abate e valor médio da arroba em R$ 232,00 por arroba, apresentando alta neste começo de semana. Outro estado que tem mantido os preços mais altos é Goiás, com reflexo direto dos efeitos climáticos nas pastagens, tem referência em R$ 237 por arroba e escada de seis dias.
Na semana devemos ver uma sequência do movimento, não acredito haver expectativas de novas altas relevantes na oferta de animais. O pecuarista precisa estar atento também ao fator clima, pois uma nova onda de calor entre os dias 14 e 20 de dezembro, deve atingir estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste. De acordo com a Climatempo Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, sul de Mato Grosso, norte de São Paulo, quase Minas Gerais toda, sul do Tocantins e oeste da Bahia. A onda antecipa o começo do verão, traz impactos durante o período e também depois nas pastagens brasileiras.