Na última sessão de 30 de novembro na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos de açúcar bruto para entrega em março de 2024 encerraram a negociação, registrando uma queda significativa. Os contratos foram precificados em centavos de dólar por libra-peso, marcando uma diminuição de 2,3% em comparação com o final de outubro, quando estavam cotados a 27,09 centavos. Essa variação de valores indica mudanças notáveis no mercado de commodities, despertando a atenção dos investidores e analistas para as dinâmicas em curso no setor do açúcar.
No ápice, em 7 de novembro, o primeiro contrato da ICE Futures US atingiu 28,14 centavos nas intradiárias, marcando o nível mais alto em 12 anos. Esse aumento inicial foi impulsionado por perspectivas negativas para as safras da Ásia, afetadas pelo fenômeno climático El Niño, que reduz as chuvas e impacta a produção de cana-de-açúcar na Índia e Tailândia para 2023/24.
Entretanto, a confirmação de que o Brasil está colhendo uma safra recorde em 2023/24 mudou o cenário, levando o mercado a corrigir parte dos ganhos acumulados nos últimos meses. Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o país está produzindo 46,88 milhões de toneladas de açúcar nessa safra, um aumento de 27,4% impulsionado por condições climáticas favoráveis que elevaram a produtividade da cana-de-açúcar.
A Conab estima uma moagem total de cana de 677,602 milhões de toneladas em 2023/24, marcando um novo recorde histórico, comparado às 610,804 milhões de toneladas de 2022/23, representando um aumento de 10,9%.
Essa produção é impulsionada pela Região Centro-Sul, prevendo-se uma moagem de 614,079 milhões de toneladas, um aumento de 11,6% em relação à safra anterior. Na região Norte/Nordeste, a previsão é de 63,523 milhões de toneladas, um aumento de 4,7% em comparação ao ano passado.
Apesar do atraso no início da colheita devido às chuvas constantes, que afetaram a programação das unidades de produção, a moagem atingiu pouco mais de 90% na Região Centro-Sul, refletindo o potencial para um aumento na produção de cana nos próximos meses, considerando as condições climáticas favoráveis e os investimentos no setor.